O penultimo Mês !
E começamos o penúltimo mês do ano e imagina só o tanto de coisas que vivemos até agora. Eu resumi o meu ano nestes 10 meses vividos até agora, totalizando 303 dias, e percebi que cada ano passa mais rápido: cada dia parece que as 24 horas foram diminuídas, e vivemos apenas 12 horas. Sabe, estou naquela fase em que trabalho muito, tenho pouco dinheiro e muitos problemas para resolver.
Aí chega novembro, e nos ficamos naquela esperança de receber a primeira parcela do décimo terceiro salário. Isso nos permite quitar aquelas contas pendentes, dar uma aliviada e pensar um pouco nas festas de final de ano, tirar a árvore de Natal de cima do guarda-roupas e montá-la junto com a família.
Bom, o penúltimo mês do ano começou, cheio de feriados: é o mês do fantasioso Black Friday, com ofertas que empolgam. É também o mês em que o assalariado fica um pouco menos endividado, mas, por outro lado, é o mês em que pagamos mais impostos.
Mas vamos a luta sonhando com um novo ano repleto de realizações.
Novembro Belo
Novembro chegou
Com suas doçuras,
Relembrando os finados —
Quantas amarguras!
Dos antepassados,
Nossos amados,
Além do décimo,
Na conta antecipado.
Tem a Proclamação
Da República em ação,
Com a eleição
Do destino da nação.
Um mês movimentado,
Véspera do fim de ano,
Todos eufóricos
Nesse mês promissor.
Arrecadar o possível
Pras festas, sim, senhor!
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Conto do dia de finados por Johnny Ribeiro
** A Missão do Bombeiro Divino**
Eram 23 horas do primeiro de novembro, uma sexta-feira. Arthur, um menino de 4 anos, hiperativo e muito inteligente, conversava com a sua mãe, escutando as histórias que ela contava de sua infância ao lado de seu irmão Jonas, que hoje mora junto a Deus.
Arthur sentia muitas saudades de seu tio Jonas, e naquela noite sua mãe, Daya, contava a história de quando seu tio trabalhava em uma lanchonete. Ele chegava na madrugada, trazendo lanches e pizzas deliciosas. Para eles, aquilo era um luxo sem tamanho, pois eram pobres, e seu tio Jonas fazia questão de acordar todos para comerem.
Arthur adormeceu pensando em seu tio, olhando para a foto dele, quando tinha apenas 9 meses, tirada junto ao tio, que era bombeiro civil e estava uniformizado. Mesmo com seus apenas 4 aninhos, Arthur sonhava em ser bombeiro, um super-herói que ajudaria as pessoas.
O dia amanheceu: 2 de novembro, dia de finados. Arthur nem sabia o que isso significava. Apenas olhou para seu pai e sua mãe conversando sobre o que fariam durante o dia. Sua mãe mencionou que precisava ir ao cemitério. De repente, ele viu seu tio parado em frente ao seu quarto.
Arthur ficou com medo, pois sabia que seu tio não estava mais na Terra, mas sim com Deus. Jonas disse: “Vem, Arthur, comigo! Preciso da sua ajuda; temos uma missão a cumprir.”
Apesar do medo, Arthur decidiu ir com seu tio, confiando que nada de ruim aconteceria. Eles atravessaram um portal mágico e apareceram em um lugar movimentado, com prédios altos e muitas pessoas correndo. Vestidos com uniformes de bombeiros, seu tio explicou que aquele era seu novo trabalho, designado por Deus: ser um bombeiro divino, pronto para salvar pessoas especiais. Para essa missão, Jonas precisava da ajuda de Arthur e de seus “poderes” de menino-gato, aranha e Mickey.
Arthur ficou pensando por que seus poderes só funcionavam durante as brincadeiras com seu pai. Enquanto passeavam, seu tio mostrou a Arthur lugares incríveis que ele precisaria vigiar e zelar. Jonas também começou a contar histórias da época em que era vivo, afirmando que agora Arthur era responsável por trazer alegria a seus avós, pois tinha o jeito e a esperteza dele, sempre inventando brincadeiras e conseguia dar até nó em agua.
A missão dos dois estava prestes a começar. O céu escureceu e três poderosos demônios apareceram, querendo entrar no mundo humano no Dia de Finados, um momento em que os mortos podem visitar seus parentes. Mas esses demônios queriam consumir vidas e aterrorizar. O que Arthur e seu tio fariam?
O primeiro demônio, Diab, atacou com um poder de fogo, mas Jonas defendeu Arthur com um jato de água. Arthur, usando sua imaginação, atacou o demônio com a velocidade de um gato e o prendeu com suas teias de aranha. No entanto, foi atingido pelo segundo demônio, Dadi, e caiu. Jonas o segurou, mas estavam em desvantagem. O terceiro e mais poderoso, Diaman, apareceu, armado com uma espada e distribuindo armas para seus companheiros: um arco e uma lança.
A luta foi intensa, e eles estavam sem nenhum plano de ação, tendo usado todas as suas táticas, enquanto os demônios tentavam derrotá-los. Então, dos céus, uma espada brilhante apareceu, voando para as mãos de Jonas, reluzindo mais do que o sol. Ele passou um pouco dessa luz para Arthur. Renovados, os dois foram para cima dos demônios.
Jonas disparou um raio da espada e Arthur lançou sua teia, agora dourada, prendendo os três demônios que resistiram. Então, Jonas declarou: “Pelo poder confiado a mim pelo nosso poderoso Deus, eu, Jonas Freitas, bombeiro divino e guardião dos portões do céu, aprisiono vocês, demônios, para que nunca mais saiam da sua zona fantasma!”
Assim, conseguiram trancar os demônios. Jonas abraçou seu sobrinho, dizendo que ele era a luz de todos com seu sorriso e seu jeito, prometendo que ele conquistaria o mundo. Queria que Arthur, com seu brilho especial, continuasse trazendo alegria a todos os familiares.
De repente, Arthur acordou em sua cama, imaginando que tudo havia sido um sonho, até que viu seu brinquedo, um lançador de teia, aparecer em um tom dourado. Uma voz de seu tio ecoou em sua mente: “Obrigado, Arthur.” O menino sorriu, pensando que seu tio era um herói de Deus e que sempre estaria ao seu lado, iluminando seu caminho com amor e alegria.
E, com a sensação de que a aventura nunca terminaria, Arthur decidiu que sempre manteria a memória de Jonas viva em seu coração, realizando suas brincadeiras e compartilhando risadas, pois ele sabia que a verdadeira luz nunca se apagaria.
De onde veio o Y? por Oswaldo Genofre
Fatos são fatos, que podem e devem ser comprovados.
Entretanto, ao longo da história da humanidade, muitos fatos não reais foram criados, geralmente com intuito de adquirir, manter ou até mesmo aumentar o domínio de uns sobre os outros e com sua imensa propagação, acabaram se tornando verdades.
Os historiadores poderiam citar, até mesmo na história do nosso país, como a descoberta por acaso do Brasil por Pedro Alvares Cabral, os relatos dos eventos ocorridos na inconfidência mineira, a ação dos bandeirantes, nada heroicas, entre tantos outros.
Atentem! São fatos relativamente recentes em termos da história da humanidade.
Imaginem agora se falássemos de situações ocorridas a centenas de anos ou até mesmo a milhares de anos. Como esses fatos chegariam até nós? Certamente, completamente distorcidos, incluindo-se, provavelmente a mão de interesseiros na passagem dos relatos.
Por exemplo, a vida de Jesus Cristo é coberta de muitos mistérios, determinados em sua maioria pela escassez de fontes disponíveis, como até mesmo o dia do seu nascimento, que teria acontecido no ano 1 d.C., mas os historiadores apontam que ele, provavelmente, nasceu entre os anos 6 a.C. e 4 a.C.
Agora, por interesses claramente determinados pelos religiosos consolidou-se a ideia de que Jesus nasceu de Maria, uma mulher virgem que engravidou milagrosamente por ação do Espírito Santo.
Cabe agora uma observação.
Consultado o significado da palavra “dogma” nos dicionários, encontramos: “ponto fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutível”. Também, ao buscar o seu significado pela sua origem, encontramos que a palavra “dogma” foi traduzida no século XVII a partir do latim dogma significando “princípio filosófico” ou “princípio”, sendo derivada do grego dogma (δόγμα) que significa literalmente “aquilo que se pensa que é verdade” e o verbo “dokein”, que significa, “aquilo que parecesse bom”.
Cabe, também, uma outra observação.
Entre todos os seres vivos, apesar da sua imensa variação, os modelos reprodutivos podem ser, basicamente, em dois grandes grupos: reprodução assexuada e sexuada.
Reprodução assexuada não envolve a formação de gametas e pode ser observada em diferentes organismos, como bactérias, protozoários, animais e plantas.
Esse processo, também chamado de partenogênese, é aquele onde, um organismo pode dar origem a outro sem que haja fecundação. Podemos observar o processo da partenogênese em abelhas, répteis, peixes e outros animais, onde os organismos formados são absolutamente iguais ao que os deu origem, inclusive no seu material genético.
Nos seres humanos, só existe um tipo de reprodução por fecundação do óvulo do organismo feminino pelo espermatozoide fornecido pelo do organismo masculino, formando um novo indivíduo com as misturas das características do pai e da mãe.
Nesse tipo de reprodução, os novos organismos serão fêmeas, quando no conjunto dos cromossomos tiverem dois idênticos (XX), ou serão machos quando tiverem no conjunto dos seus cromossomos, o par XY, um cromossomo X e um cromossomo menor chamado de Y.
Vale lembrar aqui que na partenogênese todos os filhos são do mesmo sexo do organismo do qual foram oriundos. Por exemplo, as abelhas são todas fêmeas, as formigas são todas fêmeas e assim por diante.
Voltando ao nosso enigma histórico, ao analisarmos os poucos registros de uma maneira temporal, a mãe de Jesus Cristo, foi realmente Maria e aquele que nos dogmas da religião desempenhou o papel de seu pai, realmente foi José, um carpinteiro casado com Maria.
Assim como José e Maria, eram de Nazaré onde Jesus passou a viver depois de um tempo e por isso ele é conhecido como Jesus de Nazaré
Voltando também ao seu nascimento, que segundo os poucos registros aconteceu em Belém, uma província romana na Palestina. O nascimento de Jesus teria sido revelado a Maria por intermédio do anjo Gabriel. Maria teria dado à luz em uma manjedoura, e lá, segundo a tradição cristã, Jesus recém-nascido foi visitado por três magos — sábios vindos do Oriente com o intuito de presenteá-lo e reverenciá-lo.
Os registros temporais são tão parcos que são obtidos imprecisos por meio dos diversos acontecimentos da época.
Então, o relato desses fatos existentes na Bíblia, ou acreditamos, ou não acreditamos, pois foram construídos conforme a conveniência dos religiosos que a escreveram
Assim como não temos certeza do ano de nascimento de Cristo, não sabemos o dia em que ele nasceu, pois a Bíblia e nenhum outro documento mencionam essa data.
Oras, com tão pouco registros, essa história bem que poderia ter sido de uma outra forma, que não cabe aqui nenhum nível de discussão.
Apenas volto ao meu argumento.
Jesus, jamais poderia ter sido concebido sem um ato sexual, como ditam os dogmas sobre o assunto. Se, Jesus era reconhecidamente do sexo masculino, coisa que ninguém discute, então volto à minha questão inicial? De onde veio o Y de Jesus? Qual foi o indivíduo macho que fertilizou o óvulo de Maria?
Eu não tenho a menor dúvida que foi do seu pai José.
Adeus a Deus
Mentes turvas, ou por outrem turvadas,
falam em destino, dantes traçado,
quais harmonias jamais deturpadas,
mergulhadas num signo, desvairado…
Citar as crenças, que digo crendices,
reservo-me no direito à ironia,
não importando a origem, as mesmices,
onde aos incautos, é sua alforria…
A eles, em seus delírios, qual o fogo,
por chamas cobertas, insensatez,
transformadas no mais devoto rogo…
Quiçá um dia, onde em tudo que crês,
dentro até desses pensamentos seus,
dirá, é bem certo, seu adeus, a Deus….
Oswaldo Genofre
Biólogo, Professor e Poeta
Proclamação da República: Reflexões sobre o Brasil
A Proclamação da República no Brasil ocorreu em 15 de novembro de 1889, liderada pelo marechal Deodoro da Fonseca, e representou um marco histórico, com a deposição do imperador Dom Pedro II, pondo fim à monarquia e inaugurando o regime republicano no país. Esse evento foi fruto de um movimento militar que refletia o enfraquecimento da figura imperial, aliado a um contexto de crise política, social e econômica. O imperador, com a saúde fragilizada e sem o apoio popular necessário, não conseguiu evitar o golpe que instauraria a República.
A partir desse momento, o Brasil deixou de ser uma monarquia e passou a ser governado por um sistema republicano. Deodoro da Fonseca tornou-se o primeiro presidente do Brasil, e ele foi responsável pela criação de símbolos republicanos como a Bandeira do Brasil e o Hino Nacional Brasileiro, que hoje são parte da nossa identidade nacional.
No entanto, a promessa de uma nação livre, próspera e democrática nem sempre foi plenamente cumprida. Embora a República tenha marcado o fim da monarquia, muitos dos problemas estruturais do país permaneceram. A liberdade política que ela trouxe também trouxe, ao longo dos anos, muitas controvérsias, como os conflitos entre diferentes forças políticas, escândalos de corrupção e a constante luta por justiça social. Em um país tão vasto e diverso como o Brasil, a República passou a ser marcada pela alternância de poder entre diferentes grupos, muitos dos quais negligenciaram as necessidades da população mais pobre e necessitada.
O Brasil que temos hoje é uma república democrática, onde todos os cidadãos têm direito ao voto e à participação política. A Constituição de 1988, por exemplo, consolidou o regime democrático e os direitos fundamentais, mas também evidenciou os desafios que o Brasil enfrenta, como a desigualdade social, a corrupção e as disputas ideológicas intensas.
Em períodos eleitorais, como os que vimos nas últimas eleições, as tensões entre os diversos grupos políticos ficam ainda mais evidentes. Observa-se um Brasil dividido entre ideologias da direita e da esquerda, com cada grupo defendendo seus projetos e, muitas vezes, desprezando ou demonizando o outro. Esse cenário cria um ambiente de polarização, o que prejudica o diálogo e a união necessárias para resolver os problemas do país. Por outro lado, é também um reflexo da vivência democrática, onde as pessoas podem expressar suas opiniões, se engajar politicamente e lutar por suas convicções.
Embora haja críticas pesadas aos governantes de todas as esferas, é importante refletir sobre os avanços e também sobre os desafios do Brasil. Durante os governos anteriores, por exemplo, houve a implementação de programas sociais que, apesar de controversos, permitiram que milhões de brasileiros saíssem da pobreza, tivessem acesso à educação e à saúde. Contudo, esses mesmos governos enfrentaram acusações de corrupção e má gestão, o que gerou um ambiente de desconfiança nas instituições públicas.
No entanto, ao olharmos para o Brasil de hoje, vemos um país com imensa riqueza natural, cultural e humana, mas ainda repleto de desafios. A verdadeira independência e liberdade não se alcançam apenas com a mudança de regime, mas com a construção constante de um sistema justo, transparente e inclusivo. O Brasil precisa de cidadãos que, mais do que críticas vazias, se comprometam a lutar pela melhoria do país de forma coletiva e construtiva.
É fundamental que, como brasileiros, sejamos capazes de respeitar as diferenças e lutar por um futuro melhor, independentemente de nossas preferências partidárias. A democracia exige que respeitemos as escolhas do povo, que se manifestam nas eleições, e que trabalhemos juntos pelo bem comum. A história da República Brasileira, com seus altos e baixos, nos ensina que, para avançarmos como nação, é necessário unir esforços em torno do que é mais importante: a construção de um Brasil justo, próspero e igualitário para todos.
O país que fomos e o país que seremos dependem das nossas ações, da nossa capacidade de dialogar, respeitar e agir em conjunto. Devemos honrar nossa bandeira, nossa história e, acima de tudo, a nossa pátria. É essencial que, independentemente das circunstâncias políticas, possamos sempre manter em mente o compromisso com a justiça social, o respeito aos direitos humanos e a promoção do bem-estar de todos os brasileiros. Só assim poderemos superar os desafios que ainda persistem e garantir um Brasil mais forte e unido no futuro.
Em resumo, a Proclamação da República, que inicialmente representou a esperança de um novo começo, nos deixa um legado de luta constante pela democracia e pelos direitos civis. A República é o regime que temos, mas o futuro do Brasil depende de todos nós, da nossa capacidade de agir com responsabilidade, ética e amor à nossa pátria.
Ainda por tudo sou brasileiro
Eu sou brasileiro,
descendente desta terra.
Filho de branco com negro,
sou herança de índio,
mestiço com italiano.
Sou do Nordeste e do Centro-Oeste,
sou morador do Sudeste.
Sou paulista com sotaque mineiro,
sou cabeça-chata e canela-grossa.
Sou do samba e do pagode,
gosto de praia, sol, de sorrisos e de Carnaval.
Sou da selva de concreto e aço,
da mata úmida.
Sou humilde. Sou brasileiro.
Tenho orgulho da minha terra
e vergonha de quem a governa.
Não sou da política
e nem mestre das letras.
Eu sou o faz-tudo,
o Severino, o guerreiro
que se adapta a toda situação.
Afinal, o brasileiro nasce sambando,
vive driblando e sempre sorrindo.
Por isso que todos nos invejam.
Johnny Ribeiro
Entrevista com o Poeta por Rose Giar
Entrevista com Elaine Lino.
Rose Giar: Nome completo, algum heterônimo?
Elaine Lino: Elaine Cristina Lino – coloco sempre Elaine Lino
Rose Giar: Cidade onde nasceu. Cidade onde mora, casada, tem filhos?
Elaine Lino: Nasci em Mogi Mirim, interior de São Paulo
Moro em São Paulo, sou solteira e não tenho filhos. Tenho sobrinhos que para mim são como filhos.
Rose Giar: Quem é Elaine Cristina Lino?
Elaine Lino: Sou uma pessoa sensível e romântica. Sempre procurando ser feliz, se não demonstro uma dor é porque desejo apagá-la.
Sou fiel, verdadeira.
Gosto de escutar e ajudar as pessoas, mesmo não tendo retorno, sinto enorme prazer em fazer.
Tenho conduta ética em tudo que faço, seja no trabalho, relacionamentos.
Tenho respeito e gosto de ser respeitada.
Algumas pessoas dizem que sou simpática.
Rose Giar: Sua infância, pais, como era sua vida, escola, como vc cresceu, curiosidades da época de escola ou infância?
Elaine Lino: Minha infância foi maravilhosa. Morei em Mogi Mirim até 10 anos, e meus avós, pais do meu pai moraram lá até 2018. Até os 4 anos lembro pouca coisa, meu pai trabalhava como montador de móveis de aço e viajava muito, ficava muito em São Paulo na casa dos meus avós pais da minha mãe. Minha mãe sempre bolava alguma coisa para eu e meu irmão brincarmos. Cabaninha no quarto, como não era rica, minha mãe fazia mingau de maisena, colocava toddy e fingíamos que era pudim como os que apareciam na TV. Eu e meu irmão íamos na missa com a minha avó e víamos o padre dando a hóstia. Em casa, minha mãe comprava bolacha Maria redonda e nós fazíamos de conta que a bolacha era hóstia. Um engasgo atrás do outro. Eu gostava muito do filme National Kid, de Vila Sésamo e do desenho dos Jetsons. Vivia imaginando como seria o futuro que ouvir dizer que chegaria nos anos 2000. Na casa da minha avó tinha uma antena de TV, como as que têm no Pico do Jaraguá, mas pequena, ia do chão até metade da casa. Eu entrava no meio dela, sentava no chão, dizia que era minha espaçonave e me imaginava indo para a lua.
Tive 7 amiguinhos inesquecíveis com quem mantenho contato até hoje. Com eles também tive meus momentos criativos. Subíamos em uma árvore, uma jabuticabeira, cada um sentava em um galho e as jabuticabas eram bombons que oferecíamos para as visitas. Na volta da escola, às vezes, passávamos por um caminho menos habitado, de terra e algumas árvores. Durante a caminhada eu jurava ver mula sem cabeça, saci Pererê.
Posso dizer que tive uma imaginação fértil.
Na escola era a do meio, nem muito inteligente, nem pouco. Nunca dei trabalho, nunca meus pais foram chamados. Eu sempre cumpri com as obrigações escolares e meus pais nem precisavam mandar. Uma vez ganhei uma santinha, Menina Izildinha (tenho guardada até hoje). Nos dias de prova eu olhava e pedia para que fosse bem e minha mãe dizia que não adiantava rezar e não estudar. Acho que por isso tenho a crença que é Maomé que tem que ir a montanha. Não basta ter apenas a fé, tem que agir.
Curiosidade: Não sou e nunca fui melhor que ninguém. Meu tio se formou engenheiro eletrônico e foi trabalhar em uma empresa que desenvolvia o videogame Atari. Fui uma das primeiras pessoas a ganhar o aparelho, em meados dos anos 70. Se eu tivesse que comprar nunca o teria.
Rose Giar: Tem alguma formação, estudou até que série?
Elaine Lino: Fiz graduação em Letras – licenciatura Português e Inglês
Sou professora aposentada das Redes estadual e Municipal de São Paulo
Também fiz pós-graduação, latu-sensu – Psicopedagogia e Língua Portuguesa
Rose Giar: Quando a poesia entrou na tua vida?
Elaine Lino: Quando eu tinha 12 anos, na escola que estudava teve um concurso cultural com músicas, pinturas, poesias. Escrevi uma poesia e ficou em segundo lugar. Em primeiro lugar ficou da minha amiga Sonia. A partir daí comecei escrever e gostar.
VERDADE
Verdade é tudo que sinto por você
Você não me querer, não me beijar,
Eu só preciso disso pra me realizar.
Verdade é tudo!
Eu te querer demais
E não te deixar em caminhos errados.
Verdade é você detestar-me, me odiar
Me ver sofrendo e não dizer nada.
Verdade é tudo aquilo que eu digo que é mentira,
Verdade é te amar.
Rose Giar: Quais alguns livros que você leu ou algum te marcou ou te influenciou?
Elaine Lino: Li muitos livros e confesso que, para escrever poesias, não fui influenciada por nenhum.
Rose Giar: Quantos anos você tinha quando começou a escrever?
Elaine Lino: 12 anos
Rose Giar: Qual seu estilo poético preferido e que te inspira a escrever?
Elaine Lino: Sempre achei muito lindo e chique os sonetos, porém me encanto com os concretos. Só que não sei utilizar este estilo escrevendo no computador.
O que tenho não é bem uma inspiração, não gosto de ficar presa a nada, e, para escrever também sinto o mesmo. Apesar de usar rimas não me prendo a métricas, não sigo um modelo estético. Também misturo temas, gosto dos que exprimem psicologia.
Rose Giar: Qual a importância da Literatura/ Arte para você?
Elaine Lino: Tanto as artes como a literatura ajudam na criatividade, e esta traz desenvolvimento para a saúde mental, resolução de problemas.
Rose Giar: Pode citar autor/ artistas/ escritores que você lê?
Elaine Lino: Sou bem eclética, tudo que tem letras, leio. Tudo é válido, desde o folheto do supermercado até a coleção do Dostoiévski, do Nietzsche ou Machado de Assis.
Rose Giar: O que você acha do uso da inteligência artificial em textos, poemas, letras de músicas?
Elaine Lino: Eu acho muito legal se a tecnologia fosse usada para aprimorar uma criação textual ou musical, porém, o que vejo é uma distorção que ocasionalmente leva para ironia destruindo a beleza da arte inicial.
Rose Giar: Quais são suas esperanças e desesperanças com respeito a literatura brasileira no geral?
Elaine Lino: Dependerá da educação escolar. Por enquanto nada a declarar.
Rose Giar: Com relação as mulheres, você acha que elas são e foram importantes para a literatura? Como?
Elaine Lino: Sim, algumas lutaram muito para chegar no patamar de cima porque os homens ocupavam todas as profissões, inclusive a escrita já que a alfabetização era taxada como coisa de homem.
Rose Giar: Na sua opinião, existe algum autor que você considera com sendo o escritor completo, brilhante, pode ser até da atualidade?
Elaine Lino: Clarice Lispector me representa.
Rose Giar: Você têm livros ou obras autorais publicadas, cite os nomes e onde podem ser adquiridos?
Elaine Lino: Tentei publicar um mas não deu certo. O nome era Rachaduras da Vida.
Rose Giar: Quais seus projetos futuros?
Elaine Lino: 1. Continuar fazendo o que gosto: escrever, ler, fazer crochê, dar aulas de catecismo.
2. Não deixar faltar nada de cuidados para minha avó que tem 98 anos e Alzheimer.
Rose Giar: Deixe seus perfis em redes sociais para que possam te seguir
Elaine Lino: Facebook: elainecristina.lino
Instagram: @elainelino01
https://vidarosa1.blogspot.com/
https://www.facebook.com/profile.php?id=61561295611753 (este é um perfil para colocar minhas poesias e algum texto que acho bonito)
3 de novembro de 1930 Dia da
Instituição do direito de voto da mulher por Jacilene Arruda
Através do Caleidoscópio
Por Carlos Lopes
No giro de hoje, o conselho é: preste atenção.
Em cena, Um Panorama sobre o Bullying no Ambiente Escolar
O bullying é uma triste realidade em nossas escolas e muitas crianças e adolescentes ao redor do mundo sofrem com essa crueldade. No Brasil, esse problema é enfrentado por ações sociais e políticas que buscam informar e conscientizar pais, familiares, professores e a sociedade de um modo geral sobre os perigos e resultados desse comportamento. Embora tenhamos feito progressos significativos, ainda enfrentamos enormes desafios na luta contra a opressão. No entanto, este é um problema complexo e profundamente enraizado que requer prevenção e uma solução eficaz com múltiplas soluções..
Faces do Bullying
O bullying tem múltiplas faces e cada uma delas deixa marcas horríveis. Vamos ver algumas de suas manifestações:
Bullying Físico
Empurrões e socos que não só deixam marcas visíveis no corpo mas também criam um ambiente de medo e intimidam no ambiente escolar.
Bullying verbal
Na forma verbal, as palavras são as armas usadas. Insultos, apelidos ofensivos e comentários insensíveis podem deixar marcas invisíveis no corpo da vítima, afetando de forma catastrófica sua autoimagem.
Bullying social
O bullying social é um tipo de bullying verbal que tem como objetivo isolar ou excluir a vítima de um grupo. Quando um colega do colégio é “descartado”, deixado de fora de qualquer interação ele lida com um sentimento doloroso de rejeição. Criando com isso um ambiente onde a solidão caminha de mãos dadas com a dor.
Esses comportamentos se manifestam basicamente por meio de: Ignorar a pessoa de forma intencional e constante ; Compartilhar boatos, mentiras e acusações difamatórias e Comentários negativos.
Bullying virtual
A evolução da tecnologia mudou a forma como o bullying ocorre. Era uma vez o bullying, um problema escolar. Não é mais o caso. Agora é a vez do “bullying virtual”, um problema crescente que ultrapassa os muros das escolas. Em sua pior forma, o bullying virtual pode até virar crime virtual. Agora pessoas comuns têm a capacidade de destruir a vida de outra pessoa em questão de minutos, enviando ameaças online ou rindo cruelmente na internet.
O Impacto da Internet
A internet amplificou o bullying, especialmente com o surgimento do cyberbullying. A rapidez com que ofensas podem ser compartilhadas torna essa prática ainda mais cruel. Para os jovens, que estão atravessando um período crítico na formação da identidade, e estão especialmente suscetíveis a vivências, passar por esse tipo de experiencia pode impactar profundamente seu bem-estar emocional. Aparentemente, é possível deduzir a partir disso que, embora seja uma fase cheia de erros e escolhas frustradas, o que der errado sempre poderá ser revertido desde que eles sejam acolhidos e tenham a chance de errar e aprender com o erro. Isso porém é arriscado porque, nessa fase, os adolescentes estão procurando aceitação e pertencimento e tentarão encontrar sentido onde quer que seja para serem aceitos em algum grupo, até mesmo ao grupo dos abusadores. As marcas que esse contato deixa em suas vidas ficam com eles para sempre, afetando firmemente sua autoimagem e o mundo ao redor deles, moldando tanto suas interações sociais quanto potencialmente preparando-os ou deixando-os propensos à depressão e à solidão. A dependência entre eles e a luta e o apoio que eles recebem são críticos.
Pais e professores
Os pais e professores devem estar cientes do problema e prontos para identificar os sinais de crianças sendo intimidadas nas escolas. Sinais como, isolamento social; queda no desempenho escolar; mudanças nos hábitos alimentares e de sono; sintomas de depressão e ansiedade.
Elas podem começar a não mais gostar das atividades que as permitem se divertir ou a sentir uma insegurança maior nos dias em que precisam ir para a escola. Por outro lado, é provável que os agressores mostrem maior agressividade e tendência a quebrar regras. É bastante comum que as manifestações dos agressores sejam reflexos de problemas emocionais. É responsabilidade do adulto aprender a interpretar essas manifestações e buscar ajuda profissional quando necessário. Por outro lado, todos temos a responsabilidade coletiva de propor ações que possam combater esse comportamento. Entre as possibilidades. Aplicar uma educação emocional, introduzir um plano de aprendizado para alunos de todas as idades empatizar e criar ferramentas de resolução de conflitos pode ser uma maneira eficaz, por meio da qual os alunos aprendam a compreender melhor suas emoções e desenvolver relacionamentos mais saudáveis com os outros, aprendendo a comunicar seus sentimentos e ouvir os sentimentos do outro, especialmente para tornar suas relações mais próximas e respeitosas. Criar um ambiente escolar seguro e colaborativo é fundamental para gerar um espaço em que todos se sintam importantes, isso ajuda todos os envolvidos a crescerem a partir das experiências.
Consequências Psicológicas
Os efeitos do bullying são profundos. As vítimas frequentemente lidam com baixa autoestima, depressão, ansiedade, ferimentos e hematomas, recusa em ir para a escola, queda no rendimento escolar, perdas frequentes de objetos, alterações repentinas de humor, maior tendência ao isolamento, sintomas psicossomáticos, como dores frequentes. E em casos graves, podem até desenvolver comportamentos autodestrutivos como autoflagelo e suicídio.
As pessoas que praticam bullying também enfrentam suas próprias consequências. Além disso, tais comportamentos podem desencadear problemas sociais que os seguirão até a idade adulta e afetarão fortemente sua vida pessoal e profissional. Portanto, intervenções e aconselhamentos precoces devem ser acessíveis para todas as partes interessadas. Isso permitirá que as vítimas possam regular suas emoções e ajudarão os perpetradores a superarem sua agressividade para criar um futuro mais saudável
Mudança de Perspectiva
É comum que pessoas mais velhas minimizem o bullying, considerando-o parte do crescimento. No entanto, essa perspectiva é prejudicial. O bullying, em qualquer época, pode causar traumas duradouros. O que a pouco tempo atras era visto como “brincadeira” pode, na verdade, impactar bastante a autoestima e o desenvolvimento emocional das crianças.
É aconselhável e necessário reforçar sempre a importância do respeito e da empatia. Assim, ajudaremos a criar uma rede social saudável. Entender e reconhecer o quanto o bullying é prejudicial é o primeiro passo para formar um ambiente respeitoso, ao mesmo tempo isso nos ensina que estamos trabalhando para celebrar a diversidade e valorizar o que nos diferencia, e tudo começa conosco, pais e responsáveis. De forma geral todos nós temos a responsabilidade de criar um espaço onde as crianças e os adolescentes cresçam saudáveis. Isso significa agir com empatia, encorajando conversas sinceras e abertas e ensinando a lidar com os conflitos de forma construtiva, de uma maneira na qual cada um se sinta valorizado e respeitado. Em outras palavras, é assim que tudo se inicia nesse ambiente amoroso e seguro onde vocês, e eles, ganham a autoestima, e um “eu” forte e seguro, encontra um modo de falar e “enfrentar” se sentindo verdadeiramente aceito. É aí que uma atmosfera de intolerância zero ao bullying será normal e todos seremos aceitáveis e apoiados.
Um Compromisso Coletivo
Combater o bullying é uma tarefa que precisamos enfrentar juntos — escola, família e sociedade. É importante que criemos ambientes seguros e que fortaleçamos os laços entre alunos, pais e professores. A mensagem de acolhimento e respeito deve ser uma constante, ajudando a promover um clima escolar positivo.
Até o próximo giro!
Carlos Lopes
CRP 04/49834
Feridas
Bullying é dor, é silêncio sofrido,
Não é brincadeira, é grito contido.
Na escola, nas telas, ele cresce e se espalha,
Deixando feridas, tal qual uma batalha.
Pais e mestres, é hora de agir,
Olhos atentos, não podem fugir.
Uma criança isolada, em angústia, perdida,
Precisa de apoio, precisa de vida.
Bullying físico, empurrão, soco e impasse,
Deixa marcas visíveis, um rastro sem classe.
O verbal é palavra que fere profundo,
Apelido e ofensa, isolando do mundo.
Na exclusão social, a rejeição é sutil,
Mas no coração sente-se o fastio.
No cyberbullying, a dor é exposta,
Todos assistem, e a vergonha é posta.
Ao agressor, também atenção,
Pois busca controle em uma ilusão.
Precisa de ajuda, precisa entender
Que ferir aos outros, é a si mesmo perder.
Pais, professores, o que enxergam então?
Crianças com medo ou buscando atenção?
É preciso criar um laço de amor,
Acolher cada um, sem guardar o rancor.
Ambiente seguro e empatia em ação,
São as armas da nossa educação.
Cuidar do respeito, da paz ensinar,
Para que juntos possamos avançar.
Que cada criança, ao seu modo crescer,
Sem medo, sem dor, possa ser, possa ter.
Um mundo onde o bullying não faça morada,
E a infância seja livre, pura e amada.
Cinema Brasileiro: Uma Resistência em Tela
Por: Luis Augusto do Carmo.
Durante os anos de repressão, desafiaram o regime militar usando a arte cinematográfica como forma de resistência, trazendo à tona a realidade social em um período marcado pelo autoritarismo.
Para os cineastas brasileiros, a ditadura impôs limites severos: a censura controlava o conteúdo das produções e impedia que temas políticos e sociais fossem debatidos livremente. Em resposta, diretores encontraram maneiras criativas e sutis de driblar a censura, lançando mão de metáforas e simbolismos para abordar questões sociais e expor as contradições do regime. O cinema brasileiro dessa época tornou-se um importante meio de resistência, documentando e criticando a realidade do país de forma inovadora.
O Início do Cinema de Resistência: O Cinema Novo
O movimento do Cinema Novo, surgido nos anos 1960, teve um papel crucial na resistência cinematográfica contra o autoritarismo. Sob o lema “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, cineastas como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Ruy Guerra usaram o cinema como um instrumento de denúncia das desigualdades e injustiças sociais. Obras como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha, e Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos, criticavam a exploração e a pobreza no Brasil, revelando uma realidade pouco abordada no cinema da época.
Com a chegada do golpe militar, o Cinema Novo tornou-se ainda mais relevante, e as produções passaram a enfrentar censura rigorosa. Embora muitos cineastas fossem impedidos de abordar diretamente a repressão, suas obras transmitiam mensagens críticas por meio de metáforas e alegorias, que permitiam ao público ler nas entrelinhas uma condenação à violência e ao autoritarismo.
A Censura e a Criatividade
Durante a ditadura, o Departamento de Censura de Diversões Públicas (DCDP) era responsável por revisar e controlar o conteúdo dos filmes, decidindo o que poderia ou não ser exibido ao público. Essa censura muitas vezes impedia que filmes críticos ao regime fossem finalizados ou lançados, o que exigia dos cineastas uma abordagem criativa para contornar as restrições. O uso de simbolismos e metáforas tornou-se uma estratégia comum para retratar a opressão e os problemas sociais.
Filmes como Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, trouxeram críticas à identidade nacional e ao autoritarismo, disfarçadas por um humor ácido e elementos do folclore brasileiro. Em Toda Nudez Será Castigada (1973), Arnaldo Jabor abordou temas como hipocrisia e moralismo da sociedade brasileira, camuflando suas críticas sociais sob uma narrativa provocadora e irônica. Apesar de sua polêmica, o filme driblou a censura e chegou ao público, gerando reflexões que iam além do entretenimento.
Cinema Marginal: A Estética da Subversão
Paralelamente ao Cinema Novo, o Cinema Marginal ou “udigrudi” emergiu como uma expressão mais radical, que rejeitava as normas e padrões cinematográficos convencionais. Filmes desse movimento eram provocadores, com baixo orçamento e esteticamente experimentais. Diretores como Rogério Sganzerla e Júlio Bressane criaram produções que desafiaram os valores culturais e sociais da época, subvertendo as expectativas do público. Obras como O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Sganzerla, e Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Bressane, abordavam temas como crime, violência e marginalização, refletindo o caos e a opressão que o país vivia. O Cinema Marginal foi alvo de forte repressão, mas deixou uma marca profunda no cinema brasileiro como um movimento de resistência estética e ideológica.
Exílios e Perseguições
Para muitos cineastas, a resistência não foi sem custo. Glauber Rocha, Cacá Diegues e outros diretores sofreram perseguições e tiveram de viver no exílio em certos períodos. Glauber Rocha, por exemplo, deixou o Brasil em 1971 e viveu na Europa e em Cuba, onde continuou a produzir filmes críticos, como Cabeças Cortadas (1970). Esse exílio forçado fez com que cineastas encontrassem no exterior um espaço para continuar sua produção e, muitas vezes, expressar de forma mais direta suas visões políticas.
O Fim da Ditadura e o Legado de Resistência
Com a abertura política e o fim da ditadura em 1985, o cinema brasileiro entrou em uma nova fase, marcada por uma retomada cultural e por uma liberdade de expressão que havia sido sufocada por décadas. Os cineastas da resistência deixaram um legado que influenciou as gerações seguintes, tanto em termos de conteúdo quanto de estética. As produções dos anos 1980 e 1990, assim como as contemporâneas, mantiveram o foco em questões sociais, econômicas e políticas, reafirmando o papel do cinema como uma forma de reflexão crítica.
Filmes como O País de São Saruê (1971), de Vladimir Carvalho, que havia sido censurado durante a ditadura, puderam finalmente ser exibidos, recebendo o reconhecimento merecido e consolidando o cinema brasileiro como um espaço de resistência e memória. Esse período pós-ditadura é marcado por uma retomada cinematográfica, em que o cinema nacional voltou a ter incentivos e a ganhar projeção internacional, sempre com a marca da crítica social e da originalidade.
O cinema brasileiro durante a ditadura militar foi um ato de resistência e coragem. Em meio à repressão e ao controle, cineastas nacionais criaram uma narrativa visual que desafiava o autoritarismo e preservava o espírito crítico da sociedade brasileira. Suas obras permanecem como um importante testemunho histórico e cultural, refletindo uma época em que a criatividade e a coragem foram fundamentais para resistir ao silêncio imposto. O legado desses cineastas é uma inspiração para as gerações atuais, mostrando que, mesmo em tempos de censura, a arte sempre encontrará formas de manter viva a luta pela liberdade e pela expressão da verdade.
Fazendo Arte por Rita Cruz
Olá, caro leitor!
Esta é a segunda edição do nosso cantinho “Fazendo Arte” da revista Poesias e Cartas e sinto uma enorme satisfação em dividir com você dicas para que possa apreciar muita cultura e arte aqui em Ribeirão Preto, São Paulo e na nossa região.
No dia 20 do mês de novembro, como já é de conhecimento da maioria das pessoas, celebramos o Dia da Consciência Negra. Essa data já era vislumbrada desde o início da década de 70, ocasião em que alguns líderes e historiadores do Movimento Negro Unificado descobriram que esta era a data da morte de Zumbi dos Palmares. Portanto, o dia 20 de novembro foi escolhido para relembrarmos e refletirmos sobre a luta pela igualdade racial, a resistência contra a opressão dos negros no Brasil e fazer referência às reivindicações dos seus direitos, ao mesmo tempo que também faz uma homenagem a esse importante líder dos Palmares.
O Dia da Consciência Negra foi oficialmente criado em 2011 por meio da Lei Federal 12.519 de 10 de novembro de 2019, mas na época ainda não tinha se tornado um feriado Nacional. Cabia a cada cidade e estado determinar se seria ou não feriado. Em 21 de dezembro de 2023, uma Lei Federal tornou a data um feriado Nacional.
Sendo assim, aproveite este momento de folga para refletir, conhecer e aprender um pouco mais sobre a cultura afro-brasileira e toda sua diversidade.
No nosso cantinho “Fazendo Arte” você vai encontrar algumas dicas de uma boa programação para todo o mês da Consciência Negra. Confira abaixo:
SARAU
- Para iniciar, no dia 16 de novembro acontecerá o sarau da União dos Escritores Independentes de Ribeirão Preto- UEI, o qual acontece todos os terceiros sábados do mês na sede da Associação dos Militares e Oficiais da Reserva – AMOR, situada na Rua Liberdade, 182 em Ribeirão Preto. A reunião é presidida pela escritora, poeta e contadora de histórias, Helena Agostinho e conta com a participação de vários poetas e artistas, que farão suas apresentações neste mês com a temática da Consciência Negra.
SHOW /MÚSICA
- No dia 08/11. Sexta, 20h – No SESC – Show com Alessandro Machado (Músico de 50 anos sendo 33 anos dedicados à música. Alessandro canta músicas autorais e traz um repertório de releituras de sucessos da MPB).
No dia 15/11. Sexta. 16h – No SESC – Show com Vinícius Preto (Músico – Rapper, tem 15 anos de carreira e apresentará seu show intitulado “Analogia de Quebrada” com mescla do rap e elementos afrobrasileiros).
ARTES VISUAIS
De 07 a 21/11. Quintas, 19h30 às 22h30 – No SESC – acontecerá a oficina Retratos com projeto “Ano Macalé” que tem objetivo celebrar a vida e obra do grande mestre Jaime Domingos Cruz, o Macalé, o qual completa 50 anos de trabalho com artes plásticas em Ribeirão Preto
Fonte: Guia do SESC.
ESPETÁCULO
- De 23/11 a 23/11. Sábado,16h – No SESC – acontecerá o Quizumba que é um espetáculo de palhaçaria, manipulação de bonecos e música; que busca mostrar a importância da memória e ancestralidade na formação das crianças. O trabalho reverência a grande influência de quatro artistas negros pouco conhecidos pelo público, na construção do circo brasileiro. São eles: Benjamin de Oliveira, Maria Eliza Alves, João Alves e Marina de Oliveira.
LITERATURA
- No dia 09/11. Sábado, 15h – A Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto – CPERP realizará o seu próximo sarau, na Biblioteca Sinhá Junqueira – BSJ. Na ocasião será lançado o livro da escritora Odete Silva Dias, Identidade: o tempo como senhor da história III-Sagas e Raízes. Odete Silva Dias é membro da Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto, tem oitenta e seis anos e este é seu quarto livro. Recentemente esteve na FLIP (Feira do Livro de Paraty) lançando seu novo trabalho. Convidamos a todos que venham prestigiar esta autora e pesquisadora que outorga a Ribeirão Preto seus trabalhos, seus registros. Abrilhantando o evento, estarão o cantor Leopoldo Paulino e a escritora e cantora Pirângelli. Endereço: Rua Duque de Caxias, n. º 547.
- De 20 a 23/11/2024 – Na Biblioteca Sinhá Junqueira – BSJ – acontecerá o Festival Potências Pretas, um espaço para celebrar as identidades negras e dar visibilidade às potências criativas e culturais da nossa comunidade. O tema do mês será Nós por Nós – Potências e Narrativas Negras com a presença de grandes nomes da literatura, da música e das artes em geral.
Espero que essas dicas tenham sido úteis para que você possa aproveitar ao máximo prestigiando os nossos artistas e valorizando os seus trabalhos. Deixo aqui o meu desejo de que novembro seja um mês de muita conscientização e reflexão.
Fonte1: Guia de Programação do SESC. Disponível em:< https://indd.adobe.com/view/a73e603c-38a8-453e-9e3b-5223f43987a9>
Fonte 2: Página do Instagram Biblioteca Sinhá Junqueira – BSJ https://www.instagram.com/p/DBwKIDmpMqm/?igsh=bnV1MjNoa2cyc3Jz
SOU PRETA, SOU POETA…
Entre a esquerda ou direita
Eu sou da paz e do amor,
Porém, se alguém se sujeita
Falar mal da minha cor,
Minha fama de perfeita
Sempre acaba em dissabor.
Entre ser democracia
Ou querer a ditadura,
Eu sou mais da poesia,
Educação e cultura,
Porém, se o assunto é etnia
Brado com literatura.
Entre conservadorismo
Ou manter o social,
Vou lutar contra o racismo
De raiz estrutural
Tendo esperança e otimismo
No combate universal.
Eu levanto essa bandeira
Pois, sou muito inquieta
Eu sou forte e sou guerreira
Mas, também muito discreta
Entre “nem eira nem beira”
Eu continuo poeta!
Rita Cruz
Gravatá Celebra Consciência Negra com o 1º Festival da Negritude
Por: Luis Augusto Do Carmo
De 18 a 24 de novembro, o evento mobiliza a cidade com uma série de atividades culturais, educativas e religiosas em celebração à herança afro-brasileira e à luta contra o racismo.
A cidade de Gravatá, em Pernambuco, promove pela primeira vez o Festival da Negritude, que promete marcar a Semana da Consciência Negra com uma agenda cultural abrangente, dedicada à valorização das raízes africanas e ao combate ao racismo. Organizado pela Prefeitura de Gravatá em parceria com a Secretaria da Mulher, a Diretoria de Cidadania e Diversidade e o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR), o festival contará com exposições de arte, rodas de conversa, apresentações culturais e oficinas, engajando a comunidade e visitantes em um espaço de inclusão, reflexão e celebração.
O 1º Festival da Negritude de Gravatá acontece de 18 a 24 de novembro, transformando a cidade em um palco de celebração e resistência. Com atividades espalhadas por diversos pontos, como o Museu Memorial de Gravatá e o Centro Cultural Sol Brilhante, o evento busca resgatar e enaltecer a história e cultura afro-brasileira, oferecendo um espaço de aprendizado e trocas culturais.
Diversidade e Engajamento
Na abertura do festival, dia 18, o público será recebido com exposições de esculturas e fotografias, seguidas por apresentações de grupos artísticos locais, incluindo o grupo de poesia Xica Manicongo e uma performance de dança tradicional. As atividades seguem durante a semana, com destaque para as oficinas de letramento racial, sessões de cinema afro-brasileiro e visitas de escolas locais, proporcionando uma experiência educativa e interativa para crianças, adolescentes e adultos.
Destaque do Dia da Consciência Negra
No dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o festival reserva uma programação especial. O Museu Memorial de Gravatá terá celebrações dedicadas às religiões de matriz africana, com a “Celebração da Jurema Sagrada e Seus Encantos”, e uma exposição culinária dos terreiros, que promete uma jornada de fé e valorização da ancestralidade afro-brasileira.
Cinema, Arte e Gastronomia Afro-brasileira
Além das exposições e oficinas, a programação inclui performances de maracatu, capoeira e uma feira de artesanato e gastronomia afro-brasileira, que acontecerá no dia 24, último dia do evento. O festival também oferecerá sessões de cinema com filmes que abordam a temática racial, como o documentário “amarELO”, do Emicida, e “Medida Provisória”, dirigido por Lázaro Ramos, que exploram a história e os desafios enfrentados pela comunidade negra no Brasil.
Reflexão e Conscientização
Mais do que um evento cultural, o 1º Festival da Negritude de Gravatá é uma oportunidade de refletir sobre as contribuições afro-brasileiras para a sociedade e sobre a importância do combate ao racismo. A iniciativa visa inspirar a comunidade local a reconhecer a diversidade como um valor essencial e a se engajar na promoção da igualdade racial. Para os interessados em compreender melhor a riqueza da cultura afro-brasileira, o festival é uma experiência imperdível.
Programação Completa:
18 de novembro (Segunda-feira)
- Local: Museu Memorial de Gravatá
- 14h às 17h: Exposição fotográfica “Fé e Respeito: Pelo Fim da Intolerância Religiosa”
- 14h: Exposição de Esculturas – “Heroínas Negras: Vozes que Transformaram a História”
- 14h50: Apresentação musical com João Neto e Hadassa (ukulele)
- 15h10: Apresentação das crianças do PIA – “As Bonecas de Vovó Maria”
- 15h30: Dança com o grupo da ETE
- 16h: Grupo de Maracatu do GAMM
19 de novembro (Terça-feira)
- Local: Museu Memorial de Gravatá
- 9h às 17h: Exposições de Fotos e Esculturas – “Fé e Respeito” e “Heroínas Negras”
- 8h30 às 16h30: Oficina de Letramento Racial com Prof. Ìris e Lelêka Costa
20 de novembro (Quarta-feira) – Dia da Consciência Negra
- Local: Museu Memorial de Gravatá
- 9h às 21h: Exposições de Fotos e Esculturas
- Manhã e tarde: Visitação de escolas agendadas
- 18h: Celebração dos Povos de Terreiro, com culinária dos terreiros e celebração da Jurema Sagrada
- Local: Centro Cultural Sol Brilhante
- 10h: Abertura da Exposição “Sarjeta”, do MC Jeff
- 15h: Cine Candeeiro com a animação “Chegada do Boi” e o curta “Fotográfica”
- 17h: Apresentação cultural do Centro Cultural Sol Brilhante
21 a 24 de novembro
- Atividades seguem com sessões de cinema, feira de artesanato e gastronomia, e apresentações culturais, encerrando com um grande evento no Museu Memorial de Gravatá.
Para detalhes adicionais, acesse o site da Prefeitura de Gravatá ou suas redes sociais.
Horoscopo & Cia por Jacilene Arruda
Previsão astrológica para o mês de novembro de 2024 – Signos
Áries – de 21 de março a 20 de abril.
Um mês criativo. Aproveite para estabelecer novos relacionamentos, a partir do dia 25 reavalie planos e projetos em sua vida.
Touro- de 21 de abril a 20 de maio.
Busque ter paciência no âmbito familiar no início do mês. Realize reformas nas convivências entre família.
Gêmeos – de 21 de maio a 20 de junho.
Mercúrio está favorecendo o campo de trocas positivas, aproveite para se doar. A partir do dia 25 busque técnicas para resolver pendências em seu relacionamento.
Câncer – de 21 de junho a 22 de julho.
O posicionamento da lua e de vênus favorece a energia dos bons sentimentos e ajuda a nutrir boas relações durante todo o mês.
Leão – de 23 de julho a 22 de agosto.
Um mês impulsionador, aproveite para alcançar objetivos e trabalhar metas, busque também ter paciência com os demais.
Virgem – de 23 de agosto a 22 de setembro.
Um mês de introspecção e assumir responsabilidades. Tenha cautela com mal-entendidos.
Libra – de 23 de setembro a 22 de outubro.
Planeje movimentos de estabilidade a longo prazo. Reflita sobre a sua comunicação com as pessoas e reveja planos antes não cumpridos. Reordene-se.
Escorpião – de 23 de outubro a 21 de novembro.
Busque estabelecer uma base financeira mais sólida. Realize uma revisão estratégica no campo das finanças.
Sagitário – de 22 de novembro a 21 de dezembro.
Vida social agitada, favorecimento no campo dos estudos, com o movimento de mercúrio retrógrado tenha cautela com a sua comunicação a partir do dia 25.
Capricórnio – de 22 de dezembro a 20 de janeiro.
No início do mês terá o seu magnetismo pessoal favorecido, aproveite o final do mês para encerrar ciclos passados.
Aquário – de 21 de janeiro a 19 de fevereiro.
Evite desgastes com discussões. Busque realizar atividades físicas e meditação para aliviar o estresse causado pelo posicionamento de marte.
Peixes – de 19 de fevereiro a 20 de março.
O início do mês traz forte energia no campo do trabalho e amizades, aproveite o final do mês para revisar acordos passados.
Lua Nova: 1 de novembro, às 09:47
Lua Crescente: 9 de novembro, às 02:55
Lua Cheia: 15 de novembro, às 18:28
Lua Minguante: 22 de novembro, às 22:27
Jacilene Arruda é astróloga e numeróloga, escritora na Revista Poesias e Cartas. + 55 31 99531-5732, instagram @evolucaoeconhecimento
Vou definir a revista deste mês em uma única palavra: SENSACIONAL !
Concordo em gênero, número e grau!
muito obrigado e agradeço a vc e a todos que contribuiram