
Palavras sem fronteiras-por Renato Lannes Chagas
A Língua Portuguesa
Todos que nascemos no Brasil, basicamente falamos a mesma língua: a portuguesa. Ou como se ouve comumente nas escolas: “Hoje tem aula de português.”
Mas não é ensinado, pelo menos não chega a minha memória, nos tempos de escola, nem no que venho presenciando em sala de aula, as origens desta sem igual ferramenta de uso diário. Seja pela curiosidade natural do leitor, seja pela curiosidade despertada pelo ofício de escritor, seja pelo gosto pela História, são muitos os motivos que já me levaram a buscar escrever e estudar sobre a nossa língua, ainda que hoje estes estudos estejam debruçados sobre língua que é realmente nossa, aqui das terras brasileiras: o Tupi, como bem ensinou o professor, aqui somente o Tupi e não o Tupi-Guarani, porém, melhor voltar ao assunto proposto que é a Língua Portuguesa com letras maiúsculas.
Assim como nos tempos de estudante, novamente as dificuldades vistas pelos alunos quanto as mesmas questões relacionadas a gramática e mais graves ainda quanto a leitura e falta de vocabulário básico, mais outra série de fatores, fez com que nascessem contos que buscaram dar um olhar sobre as origens daquilo que veio a ser uma das ferramentas mais eficientes para tornar possível que este país seja o que é, quanto a questão do idioma. Não cabe adentrar nos meandros das críticas aos fatos que nos levaram a ser o que somos hoje, não é esta a proposta, nem deste texto, nem dos livros abaixo mencionados.
O fato é que, infelizmente, o sistema educacional não nos ensina: nem a origem, nem o que existe pelo planeta de falantes desta língua, nem sua História, nem seus usos enquanto ferramenta didática, para tornar o próprio aprendizado não só da língua como de todas as demais matérias algo mais dinâmico e de melhor entendimento nos anos escolares.
Penso que, se fôssemos devidamente apresentados não só a Língua Portuguesa, mas também as demais que compõem as palavras que permeiam nossos dicionários, tudo seria absolutamente melhor no sistema educacional, claro que nada mudaria de uma hora para outra, não existe caminhada de poucos passos, contudo, voltar com o uso dos dicionários em sala de aula já seria um passo enorme. Nossas línguas tem muito o que dizer, muito o que ser ensinado, fazer com que o aluno tenha de saber quem é o sujeito deveria ser tão importante quanto aprender a origem de um soneto, de um cordel, etc, bem como saber a origem das palavras como abacaxi, peteca, saudade, etc.
Seguem abaixos os links de algumas das obras que fazem menção direta ou indiretamente a Língua Portuguesa.
Renato Lannes Chagas
“MISTÉRIO DESVENDADO” https://www.amazon.com.br/dp/B0C72D8FYB
“O MARQUÊS: CONTO”
https://a.co/d/hUZ1Ocp
“LÍNGUA & LINGUAGEM & LITERATURA & HISTÓRIA”
https://a.co/d/1XmxD0m
Lucidez da saudade
Eis uma dessas junções de palavras.
Que se já havia sido lida.
Passou batida.
Até outro dia.
Lendo uma poesia.
Do José Craveirinha.
Com esse nome assim no diminutivo.
Sem saber se era grande ou se ficou velhinho.
Grande escritor de Moçambique.
Desse país tão chic.
De gente tão misturada.
Quanto as pessoas desta minha pátria amada.
Cada dia mais complicada.
Com a violência a nos desanimar.
A sair de casa.
Mas sem ir.
Com toda certeza a lucidez da saudade.
Se multiplica.
Se uma saudade dói.
O plural corrói.
E o fazer nem o tempo, nem o medo, nem a inércia destrói.
Renato Lannes Chagas
“Samba na Corda Bamba (ou o Dia em que fui comparada a um QR Code ambulante)” por Ana Blancado
Era um sábado à noite e lá estava eu — um batom vermelho torto, um tamborim nas costas e o sonho de que a arte ainda pagava boletos. Porque me disseram, com voz doce e promissora, que talento era investimento. Que se eu estudasse harmonia, teoria, rítmica e “branding artístico”, o mundo se abriria como um refrão chiclete no TikTok.
Corte para a realidade: estou no bar de sempre, aquele com paredes descascadas e garçons que já me chamam pelo nome, tocando um samba que me custou cinco anos de estudo e três noites de insônia. Ao fim da música, estendo a mão (ou melhor, o QR Code na mesa): “Couvert artístico, contribua com o valor que achar justo.”
E aí acontece o clássico. A moça da mesa dois dá uma risadinha, como quem diz “nossa, que pedinte elegante”, e cochicha algo para o namorado que soa muito como “mas ela tá *cobrando?”* Sim, querida. Estou cobrando. Porque talento não paga Uber. E inspiração não vem com cashback.
Você sabe o que é tocar com os dedos cheios de calo, olhar nos olhos de gente que não tá nem aí pra letra e, ainda assim, fazer parecer que tá tudo bem? Isso se chama performance. E nesse palco sem holofote, a gente dança entre a dignidade e o Pix, equilibrando na corda bamba da era do engajamento.
Porque ser artista hoje não é mais sobre criar algo bonito, nem feio, nem profundo. É sobre criar algo que gere interação. Uma arte que viraliza vale mais do que uma que emociona. A like vale mais que lágrima. Não importa se sua canção mudou a vida de alguém. Importa se ela virou áudio de trend no reels.
E o mais cruel? Não é a rejeição. É a comparação. Porque quando você cobra o que vale, te tratam como se tivesse pedindo esmola. E quando você toca de graça, aí sim, batem palmas. Aplauso é barato. Gente ama arte — desde que não precise pagar por ela.
Então sigo assim: musicista funâmbula, dançando na beira do abismo capitalista com um pandeiro na mão e o orgulho amassado no bolso. Porque ser artista é isso: acreditar, mesmo sem retorno. Criar, mesmo sem plateia. E cobrar, mesmo sendo chamada de mendiga.
Afinal, nesta era da monetização, quem vive de inspiração é visto como lunático. E quem vende a alma pelo stream é empreendedor.
Mas eu sigo. Porque meu samba pode até não dar lucro, mas ainda me salva de enlouquecer. E isso, meus caros, é algo que nenhum investimento garante.
Fim. E o QR Code tá na mesa.
Resenha Literária por Luciane Cunha
Biografia do autor: Luciane Cunha é uma escritora paraense nascida em Marituba, região metropolitana de Belém do Pará. É Pedagoga e especialista em Psicopedagogia, atuando há mais de 20 anos na área da Educação. Na área literária, atua há 14 anos, possuindo 7 obras editadas e poemas publicados em antologias poéticas nacionais e internacionais. Realiza exposições de seus livros em eventos literários e contribui com palestras de incentivo a leitura e literatura
Escrever constitui-se uma das mais brilhantes formas de expressar sentimentos , opiniões e estabelecer a comunicação que nos possibilita estreitar relações, fazer acordos, nutrir amizades, enfim, é uma garantia de sobrevivência e de mostrar de forma genuína e inerente a nossa racionalidade.
Mas, afinal, escrever o quê?
Ora, tudo aquilo que possa nos tornar seres humanos melhores: um poema , um desabafo, uma carta de amor , uma história, um assunto interessante..são muitas coisas incríveis e capazes de trazer mudanças tanto para quem escreve, quanto aos leitores.
Registrar na forma de escrita, documentar palavras e informações sempre será imprescindível para construímos a nossa história.
Por isso, não deixe para amanhã o que pode ser escrito hoje, afinal é sempre possível que haja alguém esperando por suas palavras.
Deixo aqui um pouco do meu entusiasmo pela escrita
Escrever é a Minha Realização
Escrever para registrar
O quanto sou capaz de amar.
Escrever para não esquecer
Que não há tempo a perder
Escrever para documentar
As lindas histórias
Guardadas em minha memória
Escrever para construir
Castelos de sonhos
Incapazes de ruir
Escrever para soltar
Nas folhas de papel
Minhas asas para voar
Escrever para dizer
O que a oralidade esquecer
Escrever tantas coisas bonitas
Escrever tantas coisas sofridas
Mas, enfim, escrever
Porque vale a pena sentir
Porque vale a pena viver
Luciane Cunha
Manifesto do Coração por Johnny Ribeiro
Uma nova coluna surge, um lugar onde poetas expõem seu amor por pessoas queridas. Para começar, o psicólogo e poeta Lucas Andrade se declara para sua amada, Maria.
A história deles é interessante, pois se falavam todos os dias pelo WhatsApp, mas até então não haviam se encontrado. Um belo dia, estavam no mesmo lugar: era aniversário de Lucas, e os anjos e santos abençoaram o encontro dos dois. Depois disso, o amor se mantém firme e forte. Para Lucas, Maria é tudo, sua maior inspiração, e ele faz tudo para vê-la feliz.
Abaixo segue a declaração que Lucas fez para Maria.
Caminho com Você
Largando as correntes para me acorrentar a você,
Tirando os pés do chão para voar com você.
Derretendo a dor e alimentando o amor como um bebê,
Limpando a estrada para a passagem atrás do porquê,
Limpando o coração para me conectar a você.
Desentupindo veias para o sangue bombar meu crê,
Arrancando galhos para que o caminho da felicidade não fique à mercê.
Arrumando a vida para a morte doer menos,
Tirando seu cabelo da franja para seu pensamento saber.
Mergulhando em seus olhos para sua alma não se esconder,
Segurando sua mão para que a tempestade não leve você.
Nossas raízes se fundem para nossa árvore crescer,
Adentro de sua alma para que ela possa me ver.
Creio em um futuro junto e próximo, sem dossiê,
Quero te acompanhar pulando os problemas até morrer.
A delícia do seu corpo eu quero morder,
E a delícia da sua mente, entender;
Entender o sol de sua testa que ilumina meu ser.
Quero seu punho, antebraço e cotovelo para chegar ao seu ombro e o ter.
Sou uma aranha de canto que com o futuro estou a tecer,
Pela infinita união de peitos quero torcer.
Das tragédias que alagam nossos dias, quero esquecer.
Suas pernas conduzem meu espirituoso comitê.
Ter um jardim com plantas prontas para amadurecer,
Quero estar vivo ao seu lado para ver o dia amanhecer.
Quero estar morto quando a nossa ansiedade anoitecer.
Você é um presente dos deuses que não souberam lidar com você.
Quero uma casa em que as paredes contenham histórias para vencer,
Vencer pedras sendo a água que perpassa a dureza de viver.
Quero abraçar todos os seus sentimentos para que você não sofra.
Tenho sonhos deslizando pela minha pele de bebê,
Tenho planos de anos que se esforçam para o sofrimento não me comer.
Tenho um guarda-chuva para que as lágrimas não chovam.
Raízes do meu ser plantaram uma vida com você;
Vou regar nosso amor como Deus criou o mundo a nós merecer.
Vou aparecer não para padecer;
Vou viver com você até a morte morrer.
Literatura Afro-Brasileira por Paulo Gnoseplay
Paulo Pereira Rocha, nome poético Paulo Gnoseplay é autor, professor, poeta, tem várias participações em antologias como as dos grupos Preludio, Editora Tremembé, Piauí Poético, ALLNA, e outras mais. Tem dois canais no Youtube um Gnoseplay onde ensina atividades para alunos do 1º ao 5 º ano do fundamental 1, e outra Paulo Gnoseplay onde arrisca alguns poemas, causos, estórias, etc. Formado em Pedagogia e Letras Português pela Universidade Estadual do Piauí – UESPI. Especialista em Educação do Campo. Membro da Academia de Letras e Línguas Nativas Altoense – ALLNA.
Instagram: Paulo.gnoseplay
Facebook: Paulo Rocha
Tiktok: @paulo.gnoseplay
Janjão
Estrela que brilha ali,
Estrela que brilha lá,
Estrela que brilha aqui, Capoeira.
Estrela que vai brilhar.
Estrela que brilha ali,
Estrela que brilha lá,
Estrela que brilha aqui, Capoeira.
Estrela que vai brilhar.
A estrela que brilha ali é o famoso mestre Bimba.
A estrela que brilha lá é o famoso mestre Pastinha.
E a estrela que brilha aqui, Camará, somos nós que estamos jogando.
A estrela que brilha aqui, Camará, somos nós que estamos jogando.
Estrela que brilha ali,
Estrela que brilha lá,
Estrela que brilha aqui, Capoeira.
Estrela que vai brilhar.
Na praça Cônego Honório, em Altos-PI, a roda de capoeira estava formada. Os capoeiristas jogavam alegremente, com muito florê, saltos e mandinga. Era dia de confraternização, dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra. Dois grandes mestres do passado foram homenageados: Bimba e Pastinha, fundadores das capoeiras Regional e Angola, respectivamente.
Além da roda de capoeira, também havia a participação de membros de religiões de matriz africana, em destaque a Umbanda. Estavam presentes autoridades, membros da sociedade, professores, estudantes e famílias altoenses em geral.
As crianças se divertiam observando a roda de capoeira, batiam palmas, respondiam ao coro e gritavam encantadas com os saltos mortais dos capoeiristas. Mestre Tigre se destacava com sua escola de capoeira, Filhos de Xangô, o melhor grupo de capoeira da cidade.
Nunca tinha acontecido uma festa de tamanha proporção em valorização da cultura negra na cidade de Altos. Para muitos negros, aquilo era um grande dia, um sonho alcançado com muita luta, sangue e suor. Hoje, os moleques, como dizia vovó Catarina, nasceram com o cu para a lua.
Prazer, eu sou o João da Silva, mas conhecido como Janjão, porque sou muito grande para a minha idade. É difícil encontrar algum menino da minha idade com a minha altura. Meu tio Benedito me deu esse apelido, e desde então todos me chamam assim. Eu até gosto. Pena que sou medroso; tem muitos meninos que eu temo, e são bem menores do que eu. O que mais me causa medo é o tal do Neguim, um pretinho lá da minha rua, pequeno e muito danado. Ele gosta de me bater. Eu até pedi para minha mãe me colocar na capoeira para aprender uns golpes e me defender da molecada, mas ela não deu atenção.
Um dia, vou ser forte como o mestre Tigre. Vou ser o melhor capoeirista de Altos e vou tocar terror. Todos vão ter medo de mim, vocês vão ver! Minha casa fica na rua Santo Afonso, no bairro Maravilha. Estudo no colégio José Gil Barbosa e faço o quinto ano do ensino fundamental. Entrei na capoeira com muita luta; com duas aulas eu já acho que aprendi muita coisa. Se algum menino vir querer dar uma de besta para o meu lado, eu meto a pesada.
Após a aula, no caminho para casa, dei de cara com o Neguinho e seu amigo Zé Ruela. Os dois caminharam em minha direção, mas eu, por ser capoeirista, não tremei na base. Segui firme e bati de peito aberto para cima dos dois. Lembro que passei entre eles e, quando olhei para trás, só vi o vulto do murro do Neguinho. Depois, não lembro de mais nada; só sei que acordei em casa com uma baita dor no olho esquerdo. Quando me olhei no espelho, vi que meu olho estava roxo. Minha mãe disse que apanhei dos meninos e desmaiei na hora. Para minha sorte, meu tio Benedito estava passando na esquina e viu tudo. Ele gritou, e o Neguinho saiu correndo com o amigo dele. Meu tio me pegou nos braços e me levou para casa.
Nossa, duas aulas de capoeira não são suficientes para me defender. Tenho que treinar mais. Não sou violento e nem a favor da violência, mas sou a favor de aprender a me defender.
— Oi, brigador!
— Oi, tio!
— Rapaz, o que foi aquilo mesmo, hein?
— Sei lá. Só lembro de ter visto o Neguinho com o Zé Ruela e, depois, acordei aqui.
— Sei, viu. Olha, Janjão, gosto muito de você. Não suporto ver você apanhar dessa molecada. Logo você, um meninão desse tamanho, parece um touro de tão grande. Apanhar para uns moleques daqueles, raquíticos.
— Mas, tio, eu não sei brigar. Se minha mãe tivesse me colocado na capoeira antes, eu saberia me defender.
— Ia não, Janjão, ia não.
— Você é igualzinho a seu pai: grande e medroso, e teimoso puxou para sua mãe.
— Mais uma coisa, espia. Hoje à noite vai ter tambor lá na casa de Chico Meio Quilo. Se você quiser, eu peço à sua mãe para levar você comigo. Topa?
— Sei não, tio.
— Tenho medo dessas coisas, sabe?
— Que coisas, Janjão?
— Dessas coisas de macumba, tio.
— Oxe, que macumba o quê, menino?
— Tu ficaste doido?
— Aquilo é umbanda. É a religião dos nossos antepassados, e lá temos contato com o mundo espiritual. Conversamos com os médiuns incorporados.
— E para que serve essa conversa com esses tal médiuns, tio?
— Ô menino, larga de ser besta. Você vai gostar. São conselhos dos mais valiosos, sobre tudo nessa vida. Além disso, eles dão um passe na gente, e saímos de lá leves como uma pena.
— Sobre qualquer coisa, tio?
— O que, Janjão?
— Os conselhos que o senhor falou. Os médiuns nos aconselham sobre qualquer coisa que perguntamos.
— Ah, sim, sim, isso. Sobre qualquer coisa é só perguntar.
— Há! Pois se é assim, eu vou.
— Aêêêêê, Moleque! Vou falar com sua mãe, e se arrume que à noite passo aqui.
Quando deu dezenove horas, meu tio Benedito chegou de moto; ele convenceu minha mãe. Fomos para o terreiro de umbanda da Madrinha Cervo Redolente, na casa do Chico Meio Quilo.
Chegando lá no terreiro, fiquei admirado; parecia coisa de outro mundo. Um grande salão todo enfeitado com bandeirolas de festa junina. Tinha muitas estátuas de pessoas para tudo quanto era lado. Tinham duas na entrada, no tamanho real de uma pessoa adulta. Eram os Pretos Velhos: Vovó Maria Redonda e Vovô Agripino. Além de muitas outras menores de outras entidades e quadros nas paredes. Também havia velas de várias cores acesas: vermelha, amarela, branca. Incensos. Tinha uns homens batendo atabaque e umas pessoas rodando em torno de uma coluna de madeira enfiada no meio do salão. As pessoas giravam em torno de si e da coluna.
Alguns caíam no chão e falavam coisas que eu não entendia. Até pensei que eles tinham caído por terem ficado tontos de tanto girar, mas, na verdade, estavam incorporando as entidades da umbanda, os Pretos Velhos. Meu tio Benedito estava a caráter; ele sorria, olhava para mim e girava igual um pião. Girava rápido, rodando pelo salão todo. Ele caiu no chão, e eu fiquei com medo e preocupado com meu tio. Ele ficou tremendo todo e começou a falar coisa com coisa. Ele apontou para mim e fez gesto com a mão, chamando-me para ir até ele. Mas eu estava com muito medo. Uma mulher pegou-me pelo braço e puxou-me até meu tio. Eu, assustado, perguntei:
— Tio, o senhor está bem?
— Fio, suncê não está falando com seu tio. Suncê está falando com Pai Joaquim das Cachoeiras — respondeu meu tio com a voz de um ancião.
— O quê? Cadê meu tio? — perguntei.
— Calma, Fio! Seu tio é esse aparelho que serve de meio de comunicação entre o plano espiritual e o plano físico. O Fio ainda é muito novo para entender, mas com o tempo, Fio, suncê vai entender tudo — continuava a falar meu tio com a voz bastante puxada.
— Ham? — indaguei.
— O Fio nasceu com uma luz muito grande. O Fio tem uma missão muito importante nessa encarnação aqui na Terra, principalmente nessa cidade. Escuta, Fio, suncê vai continuar mole, frouxo, fraco, mas por querer, porque a partir de hoje o Fio vai receber da providência divina uma força surreal. O Fio vai ser um grande médium de incorporação, um grande médium de cura. E um de seus mentores será ele próprio, o poderoso orixá Ogum. Tu terá tanta força quando incorporado, Fio, que teus inimigos vão correr léguas de medo. Mas atenção, Fio, ouça os conselhos desse Preto Velho. Use a força somente para o teu bem e para o bem das pessoas. Nunca faça o mal pelo mal; apenas pratique a caridade e proteja os mais fracos. A partir de hoje, Fio, tu serás o Janjão, o herói de Altos. Tuas armas serão a espada e o escudo; tu irá vestir uma roupa vermelha com branco, que poderá mudar para azul marinho, verde ou azul escuro. Janjão, proteja os mais fracos, seja honesto e estudioso, e, acima de tudo, temente a Oxalá, a Deus — aconselhou-me o Preto Velho.
Depois disso, o Preto Velho se despediu, após me dar um passe com as mãos e uma bebida feita da raiz de várias ervas da Caatinga. Adormeci e acordei em casa. Desde então, continuei sendo o Janjão: grande, fraco, medroso, mas com uma mente aberta; tão aberta que, às vezes, quando eu dormia, visitava vários lugares no plano espiritual: passado, presente e futuro. Era como um transe. Só que eu ficava ciente de tudo.
Até que, num belo dia, nos festejos da minha cidade, Altos, eu estava no centro passeando, quando escutei um tiroteio e vi muitas pessoas correndo. Assustado, me escondi debaixo de uma barraca. Ouvi as pessoas falarem que estava tendo um assalto na Caixa Econômica Federal, na rua Doze de Outubro. Os assaltantes tinham explodido o cofre e feito muitos reféns para usá-los como escudo humano. Uma senhora tinha sido atingida nas pernas. A polícia não dava conta; eram muitos bandidos bem armados, tocando o terror.
Só lembro que passou uma pomba voando por cima de mim, e, quando olhei para o céu, vi uma imagem celeste de um homem se aproximando de mim. Desmaiei. Acordei no dia seguinte, e depois fiquei sabendo que um homem misterioso, alto, forte, corajoso, com roupa vermelha e branca, com uma espada e um escudo, enfrentou sozinho os bandidos e venceu a todos. O homem era tão rápido que, com sua poderosa espada, cortou as armas dos bandidos no meio e desmaiou cada um deles apenas com um peteleco na cabeça.
No dia seguinte, saiu a notícia de que um herói havia surgido na cidade de Altos. Quem será?
Só sei que não sou eu, mas quem sabe um dia, na querida cidade de Altos, capital da magan, apareça um herói capaz de proteger seus cidadãos de tudo quanto é perigo. Talvez esse dia esteja mais próximo do que parece. Esse povo lindo, festeiro e trabalhador precisa de alguém para tamanha incumbência…
Através do Caleidoscópio
Por Carlos Lopes
No giro de hoje, “Em cada canto do planeta, onde houver amor que não mede, silêncio que acolhe e coragem que não dorme — ali vive o coração de uma mãe.”
Mãe, todos os dias
Maio chegou. E com ele, a enxurrada de promoções, flores embrulhadas em celofane, propagandas de perfume e cartões com frases prontas. Tudo isso tentando resumir o que, sinceramente, não cabe em um mês — nem em um ano inteiro. Porque ser mãe… ah, ser mãe é todo dia.
Maio começa logo no dia 1º, com o Dia do Trabalho. Pra minha mãe, trabalho nunca teve hora nem feriado. Desde fazer lancheira com bisnaguinha e bilhetinho, até encontrar meia perdida dentro do sofá. Trabalho é pouco. Maternidade é jornada tripla, é CNPJ emocional. Se eu falasse “tô cansado” perto dela, já vinha um “cansado de quê, menino?”. E ainda vinha com vassoura na mão.
No dia 3, comemoramos o Dia do Sertanejo. Minha mãe pode não ter cantado moda de viola, mas fez mil “modas” na cozinha. Misturava o que tinha na geladeira e fazia render igual coração de mãe: sempre cabe mais um. Um prato, um problema, um filho alheio. Mãe sertaneja ou urbana, toda mãe carrega um talento culinário e um coração do tamanho de Minas.
Dia 5 é o Dia da Língua Portuguesa. E que língua mais rica do que aquela que só mãe entende? Um “hum” pode significar 48 coisas diferentes. Se ela ergue a sobrancelha, já entendi. Se grita meu nome completo, é melhor correr. Mãe é poliglota da emoção. Fala com o olhar, com o silêncio, com o chinelo.
Dia 6, o Dia da Matemática. Ah, matemática… Mãe domina! Sabe dividir amor entre todos os filhos sem fazer conta. Soma preocupações e multiplica conselhos. E se a nota vier baixa na prova? Já vem a sentença: “Na próxima vez, vai estudar com o caderno, não com o celular!”.
Dia 7, Dia do Silêncio. Silêncio? Com mãe em casa? Só se for aquele silêncio mortal depois que ela diz “faça o que eu tô mandando”. A casa inteira obedece. Até o cachorro.
Dia 8, Dia do Artista Plástico e da Cruz Vermelha. E quem mais inventa fantasia com TNT na última hora da feira de ciências? Quem faz curativo emocional e físico quando a gente se esborracha na vida? Mãe. Uma artista do improviso e enfermeira de plantão. É cola quente num mundo que vive desmanchando.
Dia 10, Dia do Guia de Turismo. Mãe é guia: ensina caminho da escola, da farmácia, do supermercado e, principalmente, o caminho certo na vida. E se desviar, ela chama de volta com um “eu avisei” que ecoa até no futuro.
Esse ano, no dia 11, comemoramos o Dia das Mães. Mas alguém aí acha mesmo que cabe todo esse amor num único domingo? Me desculpa, calendário, mas minha mãe não se resume a um dia. Ela é 365 vezes presente, acordada antes do galo e dormindo depois da novela. Está em cada bronca, em cada abraço, em cada tentativa de me entender mesmo quando nem eu me entendo.
Dia 12, Dia da Enfermagem. Mais uma profissão que mãe exerce sem diploma. Febre alta? Banho morno e reza forte. Coração partido? Leite com achocolatado e um cafuné que cura até ressaca moral.
Dia 13, Abolição da Escravatura. Mães nos libertam todos os dias. Da ignorância, do egoísmo, da falta de afeto. E, às vezes, nos prendem também: nos braços, no colo, na preocupação que nunca some.
Dia 15, Dia da Família. Como não lembrar que mãe é a coluna vertebral de quase toda estrutura familiar? Ela quem liga os pontos, junta os cacos, perdoa o imperdoável e ama o impossível.
Dia 17, Dia Internacional contra a Homofobia e Dia da Internet. Mãe é quem nos ensina a respeitar. Ou deveria ser. E é aquela que diz: “Menino, larga esse celular, pelo amor de Deus! Vai conversar com gente de verdade!”.
Dia 18, Dia Nacional de Combate ao Abuso Infantil. E é nesse dia que lembramos que toda criança precisa de cuidado, carinho e proteção. E que mães são fundamentais na luta pela dignidade e segurança da infância.
Dia 19, Dia da Doação de Leite Humano. Que lembrança linda. Mãe é doação. De leite, de tempo, de sonhos, de vida. Doa até o último pedaço de bolo pra ver o filho feliz.
Dia 24, Dia Nacional do Café. E se tem uma coisa que mãe toma pra se manter de pé, é café. E se a gente aparecer com problema grande, ela pega mais forte: “senta aí, vamos conversar”.
Dia 25, Dia da Indústria e Dia da África. Mãe é uma indústria de afeto. E sua ancestralidade é força. Carrega a sabedoria das mulheres que vieram antes e molda com mãos firmes e coração mole.
Dia 27, Dia da Mata Atlântica. E quem nunca se escondeu no “mato” do quintal, brincando de explorador, enquanto a mãe gritava da janela “tá na hora de entrar”? Ela era o fim da aventura e o começo do banho.
Dia 28, Dia da Saúde da Mulher. Mãe que se cuida ensina seus filhos a se cuidarem. Mesmo quando esquece dela mesma, ainda encontra jeito de manter tudo funcionando ao redor.
Dia 29, Dia do Estatístico. E aí, mãe, quantas vezes você me chamou hoje? Quantas vezes avisou que o leite ia ferver? Quantas vezes amou em silêncio? Os números nunca foram seu forte, mas o amor… esse sempre foi de sobra.
Dia 31, Dia Mundial Sem Tabaco. E quantas vezes você me disse: “não põe isso na boca”? O mundo pode até ter mudado, mas os conselhos maternos continuam os mesmos. Sábios, firmes e cheios de amor.
Maio tem muitas datas, mas nenhuma tão marcante quanto a que o coração escolhe. E o meu escolhe lembrar da minha mãe — e de todas as mães — como aquelas que não têm ponto, nem folga, nem hora extra. São eternas cuidadoras de almas, fiéis sentinelas da infância, costureiras de sonhos.
A você, mãe, que me lê agora, ou que habita a memória de alguém: obrigado por estar todos os dias, mesmo quando parece que não está. Obrigado por tudo que fez, faz e fará — ainda que a gente demore uma vida inteira pra entender o quanto isso vale.
Ser mãe é poesia, é rotina, é resistência. E por mais que o mês termine, a sua presença segue… como deveria ser: mãe, todos os dias.
Até o próximo giro!
Carlos Lopes
CRP 04/49834
COLO QUE SUSTENTA O MUNDO
Maio desce do calendário
entre cheiro de flor e promessa,
com tantas datas em vista
ó o segundo domingo é de festa.
Mas não cabe num só domingo
o quanto importante ela é,
seja na bronca ou no mimo,
Ela é força, e nos mantém de pé.
Dia do Trabalho?
Ela começa antes do sol.
Sem ponto, sem pausa,
Mas com a alegria de um rouxinol.
Dia da Matemática?
Ela soma o que a gente esquece,
multiplica esperanças
e nunca divide a prece.
Dia do Silêncio?
Só se for pra ouvir seu olhar.
Mãe fala com o corpo inteiro
quando quer nos alertar.
Dia da Família?
É ela quem segura o laço,
mesmo quando a vida puxa
temos ali seu abraço.
Dia da Saúde?
Ela ignora a sua dor,
só pra curar o nosso choro
com chá, remédio e amor.
Maio passa, feito vento,
mas o gesto dela não.
É raiz, é teto, é sustento,
ela é toda coração.
Então, por que um só dia
pra quem é todos os dias?
Se ela é calendário vivo
de afeto e de poesias?
Que o mês lembre e celebre,
mas que a gente nunca esqueça:
ser mãe é tempo sem tempo,
é habitar mil mundos com leveza.
É riso, é lágrima, é chão,
é abraço que a gente implora.
É certeza na escuridão
de que tudo se melhora.
Por isso, flores, respeito,
mas que não pare no altar:
que a mãe, raiz da existência,
seja honra em cada lar.
Entrevista com o Poeta por Rose Giar
Rose Giar: Nome completo, algum heterônimo?
Silonildes Mesquita: Maria Silonilde de Mesquita , alguns me chamam de Silon
Rose Giar: Cidade onde nasceu. Cidade onde mora, casada, tem filhos?
Silonildes Mesquita : Nasci no interior do Ceará em uma cidade de nome Ipu. Atualmente moro em Fortaleza, estou divorciada e tenho três filhos.
Rose Giar: Quem é Silonildes Mesquita?
Silonildes Mesquita :Uma mulher de costumes simples, cristã, que gosta de ler e escrever, também amo música e afinal, sou apreciadora das artes plásticas e cênicas. Gosto de viajar para conhecer novas culturas. Gosto de fazer amizades e de intercâmbio comportamentais. Sou uma profissional da área da educação. Com experiência em gestão escolar e também com crianças especiais.
Rose Giar: Sua infância, pais, como era sua vida?
Silonildes Mesquita:Minha infância foi maravilhosa! Nasci e cresci em um verdadeiro lar, arrodeada dos meus pais, irmãos, primos, tios e avós. Onde tínhamos direcionamento e liberdade para brincarmos de tudo que era saudável.Na minha época de criança o nosso acervo literário era mínimo. Lia o mesmo livro várias vezes. Era apaixonada por livros.
Rose Giar: Qual sua formação escolar?
Silonildes Mesquita: Sou formada em letras e Pedagogia, com pós graduação em Braile, Atendimento Educacional Especializado, Psicopedagogia e sou Mestra em psicanálise.
Rose Giar:Quando a poesia entrou na tua vida?
Silonildes Mesquita: Quando ainda adolescente. Sempre gostei de ler e observar a natureza e a partir de então, comecei a escrever e fazer poemas.
Rose Giar: Quais livros que você leu, que marcou ou te influenciou?
Silonildes Mesquita: Vários livros e vários gêneros literários, me influenciaram. Temos um pouquinho de cada autor. Ultimamente li “Dias & Dias” de Ana Miranda e adorei.
Rose Giar: Cite um autor ou escritor que te inspira, por que?
Silonildes Mesquita:Mais do que romancista, poeta, cronista e contista, Lya Luft é um gênero literário em si. “Perdas e ganhos”, narrativa que transita entre a ficção, a crônica e a reflexão.Em sua obra, ela fala dos dramas existenciais do ser humano, temas intrínsecos à sua produção literária: dor, morte, tristeza, mas também esperança, família, ternura. A escritora possuía grande sensibilidade e acompreensão da condição humana. Veja as palavras dela em Perdas e Ganhos.
“O que escrevo aqui não são simples devaneios. Sou uma mulher do meu tempo e dele quero dar testemunho do jeito que posso: soltando minhas fantasias ou escrevendo sobre dor e perplexidade, contradição e grandeza; sobre doença e morte.
Rose Giar: Quantos anos você tinha quando começou a escrever?
Silonildes Mesquita:Fui alfabetizada aos seis anos e daí nunca mais parei de escrever.
Rose giar: Qual seu estilo poético preferido e o que te inspira a escrever?
Silonildes Mesquita: Embora eu não tenha um estilo poético preferido, aprecio a beleza e a profundidade de várias formas de expressão, incluindo a crônica. O estilo crônico é fascinante por sua capacidade de capturar momentos do cotidiano e transformá-los em reflexões significativas. A narrativa envolvente e a observação da vida cotidiana podem inspirar um grande número de leitores e escritores. Sempre tive grande admiração por contadores de histórias, por ser uma fonte rica de inspiração que falam sobre experiências humanas, emoções e pequenas nuances do dia a dia. Os contadores de histórias ,têm um poder especial de conectar as pessoas.
Rose Giar: Qual a importância da Literatura na Arte para você?
Silonildes Mesquita A literatura desempenha um papel fundamental na arte, influenciando e interagindo com diversas formas de expressão criativa.É uma fonte inesgotável de inspiração e reflexão, contribuindo para a diversidade e profundidade da arte em suas múltiplas formas.
Rose Giar: O que você acha do uso da Inteligência Artificial (IA) em textos, poemas, letras de músicas?
Silonildes Mesquita :Acho que irá cercear a força criadora de muitos escritores. Mas, se usarmos como ferramenta de ajuda será muito bem- vinda. Com tanto que se usarmos é bom que citemos a fonte.
Rose Giar: Quais são suas esperanças e desesperanças com respeito a literatura brasileira no geral?
Silonildes Mesquita: A minha esperança em relação à literatura brasileira incluem a continuidade da diversidade de vozes e estilos, refletindo a rica cultura e as múltiplas identidades do país. Autores contemporâneos que abordam temas relevantes, como desigualdade, meio ambiente e questões sociais, trazem uma nova perspectiva que pode ressoar tanto nacional quanto internacionalmente.
Por outro lado, as desesperanças podem surgir com a dificuldade que muitos escritores enfrentam para encontrar espaço e reconhecimento em um mercado literário competitivo, além da preocupação com a desvalorização da leitura em algumas camadas da sociedade. O acesso à literatura também pode ser um desafio, especialmente em regiões menos favorecidas, onde a educação e os recursos são limitados. É fundamental que haja um incentivo à leitura e à valorização da produção literária para que a literatura brasileira continue a florescer.
Rose Giar: Com relação as mulheres, você acha que elas são e foram importantes para a literatura? Como?
Silonildes Mesquita: As mulheres desempenharam um papel fundamental na literatura ao longo da história, tanto como autoras quanto como personagens. Sua contribuição é visível. Elas abordaram temas como identidade, gênero, sociedade e a condição feminina, trazendo novas perspectivas e vozes ao cenário literário. As mulheres também foram pioneiras em movimentos literários, como o modernismo e o feminismo, que desafiaram normas e expectativas sociais.
A escrita de mulheres também tem sido uma forma de ativismo, utilizando a literatura para abordar injustiças sociais, políticas e economia, e para lutar por direitos e igualdade.
Assim, a importância das mulheres na literatura é inegável !
Rose Giar:Na sua opinião, o que o escritor ou poeta, precisa fazer pra ser bem sucedido em nosso país?
Silonildes Mesquita: Para um escritor ou poeta ser bem-sucedido em nosso país, é importante considerar algumas estratégias como;
Autenticidade: Ter uma voz única e autêntica é fundamental. Escrever sobre experiências pessoais ou temas que ressoem com a cultura local pode atrair leitores. Ler para entender o mercado literário e desenvolver um estilo próprio. É importante criar conexão com outros escritores, editores e leitores . Utilizar redes sociais e blogs para compartilhar escritos, interagir com leitores e promover obras pode aumentar a visibilidade.
O caminho para o sucesso pode ser repleto de rejeições e desafios. A persistência e a capacidade de aprender com as críticas são essenciais.
Rose Giar: Quanto a mulher e escritora, você vê oportunidades à elas no mercado Literário?
Silonildes Mesquita: Vejo sim, Nos últimos anos, tem havido um crescente reconhecimento e valorização da escrita feminina, com editoras e plataformas dedicadas a promover autoras. Além disso, movimentos literários e eventos como feiras de livros e festivais têm se esforçado para incluir vozes femininas e diversificadas. As redes sociais também proporcionam uma nova forma de divulgação para escritoras, permitindo que compartilhem suas obras e construam comunidades de leitores. Apesar dos desafios que ainda existem, como a necessidade de mais representação e equidade, o cenário está se tornando mais favorável, com mais mulheres se destacando em diversos gêneros literários, desde ficção até não-ficção.
Rose Giar: E quais são as vantagens e desvantagens de participar de uma Academia Literária Virtual ou Física?
Silonildes Mesquita: Participar de uma Academia Literária, seja virtual ou física, pode oferecer diversas vantagens e desvantagens.
participação em uma academia pode ajudar a manter a disciplina de escrita e motivar os membros a se comprometerem com seus projetos literários. Academias geralmente oferecem acesso a recursos, como workshops, palestras, e materiais de leitura que podem enriquecer o aprendizado .Ambas as modalidades proporcionam oportunidades de conhecer outros escritores, leitores e profissionais do setor literário, expandindo sua rede de contatos
Desvantagens: Participar ativamente pode exigir um compromisso significativo de tempo, o que pode ser desafiador para pessoas com agendas lotadas. E pode nos faltar tempo e motivação para escrevermos.
Roe Giar: De tantos talentos que temos no meio da escrita e da poesia, tem algum que te chama mais atenção, falando agora de poetas anônimos?
Silonildes Mesquita Estamos com muitos talentos anônimos, ou melhor sem grandes divulgações. Tenho vários amigos escritores e poetisas que admiro muito e os acho muito bons!
Ita Pedra ( poetisa)
Rose Giar( Poetisa)
Francisco de Assis Martins
Valdemir Mourão
Telma Lima
João Rodrigues( Repentista e poeta)
José Maria Bonfim( Cronista)
Rose Giar: Você têm livros ou obras autorais publicadas, cite os nomes e onde podem ser adquiridos?
Silonildes Mesquita:Contos e Encantos de uma vida, edição esgotada
A Epopéia de Robert, fábulas e contos.( Falta divulgação)
Ariela/ romance ( falta divulgação)
Participação em várias Antologias.
Rose Giar: Quais seus projetos futuros?
Silonildes Mesquita: Dedicar- me mais a produção literária. Escrever romances e crônicas pequenas, onde muitos leitores possam se encontrar nas histórias. E também, buscar divulgar minhas obras. Sem divulgação, não existirá escritores. Precisamos ser incentivados para escrevermos mais.
Rose Giar: Deixe seus perfis em redes sociais para que possam te seguir.
Silonildes Mesquita: ccpoesias ( Insta)
Silon Mesquita ( Face)
Dia do trabalhador por Johnny Ribeiro
O Dia do Trabalho, comemorado em 1º de maio, é uma data dedicada a celebrar os trabalhadores e suas conquistas. É também um momento para refletir sobre os direitos trabalhistas, melhorias nas condições de trabalho e a importância do trabalho na sociedade. A data tem raízes em movimentos trabalhistas do século XIX, especialmente as lutas por jornadas mais Justas e melhores condições de emprego.
E chega mais um dia do trabalho, e a gente se pergunta: será que passamos mais tempo na empresa ou em casa?
Os dias chegam, os boletos também, e a cabeça da gente fica fervilhando pensando em como conseguir dinheiro para pagar essas contas, que muitas vezes são só as básicas. O pai tenta controlar os gastos do filho adolescente, mas essa idade é complicada, e o desejo é dar ao filho o que nunca teve.
Se consegue um bico, é capaz de perder a partida de futebol do menino, porque precisa honrar seus compromissos de homem da casa. Assim, muitas vezes, fazemos escolhas erradas e trabalhamos mais do que o necessário, sem poder ao menos desfrutar desse feriado do Dia do Trabalho com nossos familiares.
Hoje, existem escalas de trabalho, como a 12/36, que permitem ficar mais em casa, mas, com o alto custo das coisas, muitos trabalham nas suas folgas, buscando ganhar mais para levar uma vida mais digna à família. Também há o trabalho em home office, que, na prática, às vezes significa ligar o computador às 8 da manhã e só desligar às 10 da noite, pois precisam atingir metas e garantir um ganho maior.
Minha conclusão é que o trabalhador sempre pensa em ter mais dinheiro, melhor do que faltar. Por isso, este dia deve ser lembrado, e devemos refletir constantemente sobre o que pode ser melhorado, para que as pessoas possam aproveitar mais a vida.
Dia Da Liberdade de Impreensa

Todo jornalista se esforça para levar a verdade acima de tudo, mostrando a todos os fatos ocorridos, com liberdade de expressão. Ele busca explicar o como, o quando e o porquê de cada acontecimento. Em muitos casos, ele é vetado de divulgar toda a informação, e sua voz é calada. O jornalista sofre, pois guardar uma informação verídica que poderia mudar o mundo é como uma faca enfiada no peito.
Em 1993, a UNESCO criou o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, após a recomendação de uma resolução adotada pela Conferência Geral da UNESCO em 1991. A criação dessa data teve como objetivo promover a liberdade de imprensa como um direito fundamental, essencial para o funcionamento de sociedades democráticas, além de destacar a importância do jornalismo livre, independente e responsável.
A data também busca conscientizar sobre os perigos enfrentados pelos jornalistas, incluindo censura, violência e assédio, além de promover o debate sobre a necessidade de proteger os profissionais da mídia em todo o mundo.
Muitos jornalistas enfrentaram situações difíceis, onde tiveram que escolher entre preservar suas vidas, suas liberdades ou o avanço da verdade. Aqui estão alguns exemplos marcantes:
- Jornalistas na Síria e no Oriente Médio: Muitos profissionais tiveram que se calar ou fugir para evitar perseguições, ameaças de grupos extremistas ou governos autoritários, especialmente ao denunciar abusos ou corrupção.
- Jornalistas no México: Diversos profissionais que investigaram o crime organizado, corrupção e abuso de poder foram ameaçados e, em alguns casos, tiveram que parar de divulgar informações para salvar suas vidas.
- Caso de Daphne Caruana Galizia (Malta): A jornalista investigativa foi assassinada em 2017 após denunciar corrupção no governo maltês. Outros profissionais da mídia no país muitas vezes evitam expor certas verdades por medo de represálias.
- Jornalistas na China: Muitos jornalistas e ativistas tiveram que se autocensurar ou desaparecer após expor assuntos sensíveis, como direitos humanos e políticas do governo, por medo de repressão ou prisão.
Esses exemplos demonstram como, em várias partes do mundo, jornalistas ainda precisam equilibrar a busca pela verdade com o risco de perseguição, violência ou censura. É um esforço constante para manter a liberdade de expressão e proteger quem busca revelar a verdade.
O jornalismo tenta levar a verdade acima de tudo, por isso necessita de proteção — uma lei mundial que possa ajudar a salvar a vida desses profissionais.
Dia da Abolição
O Dia da Abolição no Brasil é comemorado em 13 de maio, recordando a assinatura da Lei Áurea em 1888, que aboliu oficialmente a escravidão no país. Essa data é um momento de reflexão sobre a luta dos povos negros por liberdade, direitos e igualdade, além de destacar a importância de continuar combatendo o racismo e promovendo a justiça social.
Naquela época, após várias batalhas, o povo negro escravizado, muitas vezes à força, conseguiu sua liberdade, provando que somos todos iguais — uma pequena vitória de um povo que lutou para conquistar seus direitos.
Porém, foi só a liberdade em papel; o preconceito continuou. Após anos, o povo mundial ainda não entendeu que somos todos iguais e que devemos respeitar uns aos outros como semelhantes.
Depois de mais de 300 anos de escravidão e de várias batalhas, com mortes de ambos os lados, os negros sofreram com violência, abuso, tortura e assassinatos. Muitas mentiras foram contadas para justificar a escravidão. A luta de Zumbi dos Palmares e de muitos outros negros escravizados mostra a resistência e a coragem de quem lutou pela liberdade. Eu me pergunto: por que teve que ser assim?
Muitos foram torturados, enquanto a burguesia se glorificava, inventando mentiras, roubando, saqueando o Brasil, usando o poder do mais forte ou do mais privilegiado para se manter no controle.
Cinema
O que você faria com uma ideia que alimenta há anos e, certo dia, decide finalmente tirar do papel?
Alexandre Lavrador, carioca de 41 anos, morador da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, martelou por anos uma ideia de um filme. Um fã ávido de ficção científica e apaixonado por De Volta para o Futuro, em 2024 ele inovou ao criar seu próprio filme, De Volta para a Mamãe.
Com a ajuda de amigos, uma história que vale a pena assistir foi criada, e o filme teve excelente repercussão no YouTube, chegando até mesmo ao IMDb.
Foi uma produção a custo zero, mas com grande empenho de Alexandre e de seus amigos, que acreditaram na sua ideia.
Quem ainda não assistiu a esse filme, não pode perder! Então, corra para assistir De Volta para Mamãe.
Assista o filme e depois comente no site a baixo
https://www.imdb.com/pt/name/nm17253266/
Fazendo Arte por Rita Cruz
Olá, caro leitor!
É com muita alegria que estou aqui para compartilhar com você o nosso artigo “Fazendo Artes”. Já estamos nos aproximando da metade do ano. Como o tempo passa não é mesmo? Esse nosso espaço é para divulgar as artes de um modo geral, mas nesta oportunidade quero falar de um assunto muito importante: quando pensamos no mês de maio, logo vem à nossa memória uma pequena palavra e cheia de muito amor: MÃE. E este é o mês dedicado a ela.
É fato que, para homenageá-la, a maioria recorre aos presentes e por isso alguns dados revelam que o comércio sempre estima um crescimento expressivo das vendas neste período. Mas, a felicidade maior é desfrutar de sua companhia, dando e recebendo muito amor, carinho atenção. Esse é um presente que não tem valor
Somente quem não tem mais esse privilégio, sabe a falta que faz acordar naquele segundo domingo de maio com um sorriso de bom dia, a mesa posta e a casa exalando o aroma do cafezinho que ela acabou de passar.
Por isso aqui eu deixo um conselho de quem já vivenciou essa experiência por tantos anos e hoje sente tanta saudade: No dia das mães, mais do que dar presentes, seja o presente dela. Mesmo se vocês por alguma razão estiverem distantes ou se ela já partiu, esteja ao seu lado através de orações. Mas, se puder, convide-a para caminhar num parque, para fazer um piquenique na praça. ..Vá com ela ao cinema, no teatro, num show musical…peça a ela que conte alguma história engraçada ou emocionante do passado ou do presente e ouça com atenção! Enfim, seja bondoso, paciente principalmente se ela já não tem boa saúde do corpo e da mente.
E já que esse cantinho é para divulgar as artes fica aqui também duas dicas culturais para você curtir com sua rainha:
No dia 03 de maio, às 15h, na Rua Liberdade, 182 Campos Elíseos, Ribeirão Preto-SP, a Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto fara o sarau em comemoração de seus 35 anos. Alguns membros receberão o Diploma de Honra ao Mérito por sua dedicação à entidade. São pessoas que muito bem representam tantas outras tão queridas. Além disso, terá a apresentação musical com o cantor Neulys Santos.
- No dia 10 de maio, na Biblioteca Sinhá Junqueira, acontece uma roda de conversa + oficina de ateliê manual de feitio de arte miúda.Cuidar é preencher e garantir tudo a todo instante? Um encontro-ateliê para abrir espaço para o diálogo e tempo para a criação. Um momento de pausa para acender os olhos e enxergar outras possibilidades de comemorar e viver esse dia. Para desanestesiar os sentidos, assentar-se no agora. Desvincular-se do automatismo e consumo pelo consumo. Esvaziar-se de excessos para preencher de sentidos. Para construir caminhos possíveis para fugir da lógica do ter e cultivar um caminho do menos, um caminho do ser.
POEMA: SUA FALTA NÃO FAZ FALTA
POR: RITA CRUZ
Existe uma frase clichê que diz que ninguém é insubstituível. Principalmente quando nos referenciamos ao mundo corporativo. Estive refletindo sobre essa expressão e de fato ela tem seu fundo de verdade, pois quando nos ausentamos alguém sempre acaba nos substituindo.
Muitos poderão não concordar com isso e achar até um absurdo, mas as mães e os pais também são assim. Eles partem porém, nos encarregam da missão de assumir o lugar deles neste mundo.
As mães, quando ficam ausentes, são tão presentes que não nos deixam esquecer em um só dia da sua existência, pois a vida delas se confunde intensamente com a nossa. Somos frutos encarnados por suas entranha e a sua vida existe em nós.
Todos dizem: mães poderiam ser eternas e acredite, se enquanto elas viverem nós dermos a ela o seu devido valor e respeito, certamente serão eternas. E sua falta nunca nos fará falta pois estarão eternamente em nós!
Rita Cruz
Feliz dia das mães
E olha que projeto maneiro
Uma oficina criativa de escrita voltada para a periferia, O poeta ,escritor e produtor cultural Luis Augusto do Carmo mais conhecido como Alladin Bambá em parceria com a prefeitura da cidade de Gravata no agreste pernambucano e com o apoio da ONG Centro Cultural Sol Brilhante lançaram o projeto – Escritores da Liberdade.
A oficina “Escritores da Liberdade” é uma iniciativa de escrita criativa destinada a jovens de periferias, que visa explorar a literatura marginal como uma ferramenta de expressão pessoal e resistência social. Ao longo do projeto, divididos em módulos temáticos, os participantes terão contato com a obra de autores emblemáticos da literatura marginal, como Carolina Maria de Jesus e Ferréz, que trazem à tona as realidades das periferias brasileiras. Inspirados por esses autores, os jovens serão incentivados a registrar suas próprias vivências e perspectivas, descobrindo suas vozes literárias e reforçando suas identidades.
O projeto surgiu da necessidade de oferecer um espaço onde jovens de comunidades marginalizadas possam se expressar e fortalecer sua autoestima e identidade cultural. Ao criar essa oportunidade, “Escritores da Liberdade” propõe não apenas formar novos escritores, mas também contribuir para uma sociedade que valoriza e respeita narrativas de grupos historicamente silenciados.
A oficina será realizada no Centro Cultural Sol Brilhante, em Gravatá-PE, local que já funciona como um importante ponto de resistência e produção cultural na comunidade. O projeto culminará na publicação de uma antologia digital gratuita, reunindo as produções literárias dos participantes e permitindo que essas vozes alcancem novos públicos, incentivando o protagonismo juvenil e democratizando o acesso à literatura e à cultura periférica.
Horóscopo & Cia por Jacilene Arruda
Mês de Maio de 2025:
Áries – de 21 de março a 20 de abril.
Oportunidades de crescimento estão a caminho, busque fortalezas.
Touro-de 21 de abril a 20 de maio.
A energia da lua nova traz maior estabilidade e decisões práticas, resoluções no âmbito emocional.
Gêmeos – de 21 de maio a 20 de junho.
Mercúrio pode trazer revisões importantes para sua vida.
Cancer – de 21 de junho a 22 de julho.
Tenha cautela com as energias da lua cheia. Cuide das finanças e da sua vida social.
Leão – de 23 de julho a 22 de agosto.
A energia de Marte proporciona novas oportunidades de trabalho e metas pessoais.
Virgem – de 23 de agosto a 22 de setembro.
Tenha cautela na sua comunicação, a energia de mercúrio traz revisões para sua vida.
Libra – de 23 de setembro a 22 de outubro.
A energia de Vênus pode trazer reencontros inesperados, busque comprometer-se dentro do relacionamento.
Escorpião – de 23 de outubro a 21 de novembro.
A energia da lua cheia pede por desapego, é hora de transformar-se.
Sagitário – de 22 de novembro a 21 de dezembro.
Maio traz a oportunidade de viagens e realização pessoal, acredite-se.
Capricórnio- de 22 de dezembro a 20 de janeiro.
Saturno favorece os planejamentos a longo prazo.
Aquário – de 21 de janeiro a 19 de fevereiro.
Plutão pede a revisão de projetos.
Peixes – de 19 de fevereiro a 20 de março.
Cuide da sua saúde emocional.
Lua Crescente: dia 4 às 14h32
Lua Cheia: dia 12 às 07h48
Lua Minguante: dia 20 às 23h15
Lua Nova: dia 27 às 18h02
Jacilene Arruda é astróloga e numeróloga, escritora na Revista Poesias e Cartas. + 55 31 99531-5732, instagram @evolucaoeconhecimento
Logo penso, Logo Escrevo por Lirio Reluzente
Amor, Eterno, Amor
Hoje é um dia especial, um dia em que paramos para celebrar e honrar você, uma mulher incrível que Deus escolheu para ser mãe.
Neste dia, queremos expressar nosso amor e gratidão por tudo o que você faz por nós.
Você é um exemplo vivo do amor de Deus. Seu coração transborda de amor incondicional, cuidado e compaixão. Você está sempre presente, pronta para nos ouvir, nos confortar e nos encorajar. Seu abraço é um refúgio seguro onde encontramos paz e consolo.
Você é uma guerreira de oração. Suas palavras fervorosas sobem aos céus, intercedendo por nós diante do trono de Deus. Sua fé inabalável nos inspira a buscar a presença de Deus e confiar em Seu plano para nossas vidas.
Você é uma fonte de sabedoria e orientação. Suas palavras sábias nos direcionam no caminho certo e nos ajudam a tomar decisões com base nos princípios bíblicos. Você nos ensina a importância de vivermos uma vida de integridade e piedade.
Você é uma inspiração. Sua dedicação, sacrifício e perseverança nos mostram o verdadeiro significado do amor. Você nos ensina a importância de colocar os outros em primeiro lugar, de servir com humildade e de amar sem limites.
Querida mãe, você é um presente precioso de Deus para nós. Em cada abraço, em cada palavra de encorajamento, em cada gesto de amor, podemos sentir o toque de Deus em nossas vidas. Você é um reflexo do Seu amor infinito.
Hoje, queremos dizer “obrigado” do fundo de nossos corações. Obrigado por ser uma mãe amorosa, dedicada e cheia de fé. Obrigado por nos guiar no caminho da verdade e nos ensinar a amar a Deus acima de tudo.
Que neste Dia das Mães, você seja abençoada abundantemente. Que Deus derrame sobre você paz, alegria e saúde. Que Ele fortaleça suas mãos e renove suas forças. E que você continue sendo uma luz brilhante em nossas vidas, apontando-nos para o amor de Deus.
Gostei muito dessa interatividade entre poetas, mas não me sinto capaz de escrever coisas tão interessantes, mas quem sabe um dia.
Parabéns
Sua arte é essencial
obrigado